Secretária de Cultura do Ministério do Turismo, a ex-atriz Regina Duarte errou na mão, entornou o caldo e chutou o balde ao vivo e em cores na CNN Brasil ao conceder entrevista a Daniel Adjuto em seu gabinete brasiliense. “Eu tinha tanta coisa bacana para falar… Vocês estão desenterrando mortos. Vocês estão carregando um cemitério nas costas. Vocês devem estar cansados. Fiquem leves!” reclamou ao ser questionada por Maitê Proença em vídeo inserido de São Paulo, onde participou também da entrevista o casal de âncoras Daniela Lima e Reinaldo Gottino com intervenções pontuais.
Regina cantou “Pra frente, Brasil”, de Miguel Gustavo e hino oficioso da seleção de futebol tricampeã em 1970 e perguntou a um Daniel enrolado na conversa melosa da antiga namoradinha do Brasil “Não era gostoso cantar isso?”. Adiante, minimizou os mortos da ditadura, do coronavírus e, quem sabe, dos acidentes de trânsito, filosofando “onde está a vida, ao lado está a morte”.
De São Paulo, Daniela interveio para lembrar que não estavam desenterrando mortos, mas sim enterrando mortos vítimas da pandemia, em reforço, de certa forma, à queixa de Maitê de que Regina não está junto da sua classe, citando as mortes de Flávio Migliacio e Aldir Blanc, entre outros, que não mereceram uma palavra dela nem do presidente da república.
A Secretária de Cultura reclamou que o vídeo de Maitê Proença era de dois meses atrás, embora os dois artistas tenham morrido na semana passada, e disse “Não foi combinado nada disso! Achei que seria uma entrevista com você, Daniel”. Ela deve ter confundido o sobrenome do rapaz com algum adjunto da burocracia oficial e revelou não ter nenhuma familiaridade com o trabalho da imprensa, embora tenha sido figura pública por mais de meio século.
Depois do “chilique” ao vivo, Regina pegou o boné, rodou a baiana e saiu batendo o pé. Há um par de dias, o ator Bemvindo Sequeira contou em live que em recente encontro do Bolsonaro ele disse à ex-atriz “ou você tá dentro ou tá fora” do governo. Se não está, deve voltar para casa e cuidar dos gatos como recomendou o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, o “preto de alma branca” da casa grande.
