Nesta semana, a cidade do Rio de Janeiro comemorou 452 anos, e o que não falta é problematização. Afinal, o que temos a comemorar? O cenário que se apresenta é bem pessimista de um modo geral: crise econômica, política local mergulhada em escândalos de corrupção, Reforma da Previdência, do Ensino Médio e Trabalhista batendo às nossas portas…
No Rio, temos um governo estadual falido e um prefeito, na maioria das vezes, omisso. A água privatizada, verbas de incentivo a cultura paralisadas, equipamentos culturais fechados e sem previsão para reabertura, obras da gestão Paes que apresentam prejuízos para os usuários, passagem de ônibus em vias de aumento e o ar-condicionado da frota que ainda é somente promessa. Sem contar o sempre presente problema da segurança pública que, de tão naturalizado, já não impressiona, principalmente quem mora em favela.
Por outro lado, parece haver uma população apática, com poucas pessoas indo às ruas gritar sua insatisfação com o governo do Estado. Nem os famosos “paneleiros”, que antes vestiam suas camisas amarelas, fingem protestar, evidenciando que o problema não era a corrupção, mas, sim, quem estava no poder. Os poucos que ainda vão às ruas, cientes das injustiças que os poderosos nos causam, são recebidos com balas de borrachas e bombas de efeito moral – em um cenário que não poderia ser, aliás, mais imoral. E ainda assim, o slogan de “Cidade Maravilhosa” permanece. O Rio de Janeiro tem sua beleza, isso ainda é irretocável. Mas quando se olha mais de perto, é possível perceber que o buraco é muito mais embaixo.
Dizem que o ano só inicia mesmo depois do Carnaval. 2017 mal começou e já são tantas as catástrofes que se apresentam no horizonte… Fica o desejo para que o gigante acorde. Enquanto isso, sigamos firmes e vigilantes. A labuta vai ser grande.