Rio de Janeiro, um massacre por hora, todos os dias

Créditos - Reprodução

Na semana passada, quarta-feira, treze de março, o Brasil foi surpreendido com mais uma terrível tragédia ocorrida em território nacional. Dois atiradores, sendo um de vinte e cinco anos, já maior de idade e o outro de dezessete anos, ainda adolescente, entraram na Escola Estadual Raul Brasil, na cidade de Suzano, no estado de São Paulo e, em posse de dois revólveres e outros tipos de armamentos, efetuaram vários disparos em alunos e funcionários do colégio. Os dois “criminosos” assassinaram oito pessoas e se suicidaram logo em seguida, quando se viram cercados pela polícia, temendo o maior ser preso e o menor ser apreendido.

Foi um crime terrível, que chocou a todos, com exceção de seus apoiadores, que comemoram em seus grupos na web o que eles chamaram de “ato de heroísmo” e de “ato heróico”. E  no dia seguinte, quinta-feira, quatorze de março, no estado do Rio de Janeiro, um outro jovem adolescente de 16 anos esfaqueou um aluno, dentro do Ciep Brizolão 165 Sérgio Carvalho, em Campo Grande, Zona Oeste da cidade do Rio. O também adolescente de 15 anos foi encaminhado para o Hospital Rocha Faria, localizado no mesmo bairro e por sorte, o ferimento foi sem gravidade.

Assim com os assassinos de Suzano, o jovem aqui do Rio também é frequentador de chats da internet que incitam o ódio, violência, racismo, machismo, homofobia, e, inclusive, estupro e pedofilia. E em seu depoimento ao delegado titular da 35ª DP (Campo Grande), Luís Maurício Armond Campos, “ele disse que iria se matar e levar alguém junto”. [fonte: Jornal Extra]

Como sempre ocorre quando acontece algum tipo de tragédia, vários temas que envolvem o crime foram levantados, como flexibilização da posse de armas, diminuição da maior idade penal, bullying, proibição de conteúdos de jogos violentos em vídeos games, etc. Assuntos estes que fazem parte do nosso cotidiano, mas o debate reacende e esquenta quando ocorre algo inimaginável para a sociedade, mas, não passa mesmo dos debates, discussões calorosas, declarações, algumas fortes e direcionadas, outras sem contexto e sem nexo,  de alguns políticos e governantes, que só querem aparecer, aproveitando-se do triste momento, mas nada de apresentação de soluções para o problema.

Mas, como um dos assuntos do momento, e diga-se de passagem, tristíssimo momento, é o massacre de Suzano, vamos falar sobre e esse fez com que relembrassemos de outros que ocorreram no Brasil e um deles foi o da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, em sete de abril de 2011, quando o ex aluno Wellington Menezes de Oliveira, de vinte e três anos, entrou atirando e matou onze crianças e feriu treze, sendo a maioria entre mortos e feridos constituída de meninas. Segundo autoridades que investigaram o caso, Wellington também frequentava os mesmos fóruns de incitação ao ódio na web, nas chamadas deep e dark web, ou internet profunda, conforme trazido para o português. E essa informação levou também para o debate os conteúdos que circulam na internet e a facilidade com que adolescentes e crianças têm acesso e se inspiram neles para tomar certos tipos de atitudes.

Mas, agora, vamos falar dos massacres que ocorrem no Rio de Janeiro todos os dias há décadas, deixando cada vez mais os cariocas e fluminenses tristes, desolados, desesperançosos, indignados, revoltados, não vendo uma saída e uma luz no fim desse imenso túnel totalmente escuro. Massacres estes que, infelizmente, fazem parte do nosso cotidiano e que parecem que foram oficializados pelos governantes deste estado. É como se a tragédia fosse estimulante para seus discursos inflamados nos palanques e com isso, prometerem mundos fundos para o fim de suas causas e consequências.

Começaremos falando de um dos massacres que ocorrem no Estado inteiro e que matam todos os dias dezenas de pessoas, em sua maioria, negras, pobres e é claro, faveladas, que são os terríveis tiroteios que acontecem dentro das favelas, os confrontos entre policiais e traficantes, as operações sem sentido, que não solucionam nada e assassinam moradores que ficam presos e perdidos em meio ao fogo cruzado. Todos os dias morrem mulheres, idosos, jovens e o pior, adolescentes e crianças, sem ter ao menos começado a desfrutar direito suas vidas. Não podemos chamar isso além de genocídio, também de massacre?

Em 2018, ano da intervenção militar, foram registrados no Grande Rio 9.561 tiroteios/disparos com armas de fogo, 26 ocorrências por dia, totalizando 1.480 mortes e 1.363 feridos, sendo deste total 113 mortos e 221 feridos, agentes de segurança. Um aumento registrado de 61% a mais que ano de 2017, que finalizou com o registro de 5.992 tiroteios. O que também, não deixa de ser uma marca muitíssimo alta. [Fonte: Site Fogo Cruzado]

Nos dez meses de intervenção, que durou de 16/02/2018 à 31/12/2018, foram registrados 8.613 tiroteios/disparos com armas de fogo, 27 tiroteios por dia no Grande Rio, 57% de aumento em relação 2017, que teve registrado 16 tiroteios a cada dia. Nesse período em que os militares estiveram a frente da segurança pública do Rio, 274 agentes de segurança foram baleados e desse total, 96 foram mortos. Podemos ou não chamar esse cotidiano de massacre diário?

[Fonte: Site Fogo Cruzado]

A guerra urbana no Estado do Rio de Janeiro parece ser institucionalizada; tornou-se, infelizmente, algo cultural, passou a ser parte integrante do cotidiano a tal ponto que, quando não há tiroteios, ao mesmo tempo que os moradores se sentem em paz, acham estranho, principalmente os que moram em favelas. Pois este mal está cada vez mais enraizado em nosso estado, parecendo não ter fim. Não há um único dia que os noticiários não divulguem sobre vítimas de balas perdidas em vários cantos, mesmo em áreas que possuem Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Segundo ainda o Site Fogo Cruzado, 350 foi o que resultaram os tiroteios nestas áreas, 145 foram mortos e 205 feridos e agentes de segurança estavam em 77% dos casos. Líder desse terrível ranking, o Complexo do Alemão contabilizou 267 tiroteios, em seguida, vêm Cidade de Deus com 170, Rocinha com 150, Complexo do São Carlos com 126 e Complexo da Penha com 123 tiroteios. Um verdadeiro massacre, um verdadeiro genocídio ocorre nas favelas todos os dias, ininterruptamente. É a violência sendo combatida com mais e mais violência.

E como infelizmente, todo massacre tem vítimas fatais e inocentes, vamos relembrar os nomes de algumas delas, que acabaram virando estatísticas para o Estado é uma enorme dor e saudade para suas famílias.

No total, são quase 50 nomes de crianças e adolescentes que foram assassinados brutalmente no estado do Rio, sem terem a chance e o direito de se tornarem adultos, formarem suas famílias, viverem suas vidas com o mínimo de dignidade. E eu torno a perguntar: não seria isso, além de genocídio, um massacre? Até quando essa guerra irá continuar, não seria a hora das autoridades reverem essa política fracassada de combate às drogas?

Sim, o massacre promovido pelo Estado destrói famílias de maioria negras, pobres e faveladas quando mata uma criança ou um adolescente inocente. Mas é quando a vítima é um(a) chefe de família, que são assassinados brutalmente, deixando muitas das vezes filhos pequenos? Assim como foi em 17 de março de 2014, o caso de Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, que foi baleada durante uma troca de tiros entre policiais do 9° BPM e traficantes do Morro da Cegonha, Madureira. A mulher foi arrastada pela viatura por 250 metros é seu corpo que estava pendurado por pedaço de sua roupa, batia contra o asfalto devido as ultrapassagens feitas pelo veículo. É mesmo sendo alertados por pedestres, os PMs não pararam. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, disse na época do trágico ocorrido, que Claudia chegou ao Hospital Carlos Chagas, para onde foi levada, morta com um tiro no pescoço é um outro nas costas. A vítima deixou marido, quatro filhos e quatro sobrinhos que ela ajudava cuidar.

[Fonte: Jornal Extra]

Sábado, 28 de novembro de 2015, sete amigos de infância saem para comemorar a conquista de um deles com o primeiro salário do jovem no novo emprego. Passaram o dia no Parque Madureira e no fim da tarde retornaram para o Morro da Lagartixa, no Complexo da Pedreira, em Costa Barros.

Cinco rapazes estavam dentro do Palio Branco que estava sendo acompanhado por uma moto. Dentro do carro estavam Roberto, Carlos Eduardo, Cleiton, Wilton, que estava no volante e Wesley e na moto Wilkerson, irmão de Wilton, pilotando e na garupa seu amigo Lourival, quando já chegando próximo de casa, se depararam com quatro policiais do 41° BPM, que estariam a procura de assaltantes que teriam roubado e saqueado o caminhão da Ambev ali próximo. E segundo os policiais, os bandidos estariam em uma moto e um carro.

Próximo ao Morro da Lagartixa, na Avenida José Arantes de Melo, por volta das 21 horas, novamente os cinco rapazes que estavam no Palio Branco e os dois que estavam na moto, se encontram com os policiais, que deram ordem para que eles parassem e os jovens obedeceram.

Assim que pararam, logo em seguida os PMs dispararam 111 tiros contra o carro onde estavam os cinco amigos. O traseiro da moto de Wilkerson, que conseguiu fugir, foi atingido por um dos tiros disparados. Pessoas que estavam próximas ao local, disseram que chegaram a ouvir os rapazes aos gritos pedindo para não atirarem, pois eram moradores e que eram estudantes e trabalhadores. [Fonte: Site Justificando]

Mas, de nada adiantou a súplica dos cinco jovens rapazes, moradores do Morro da Lagartixa. Por serem negros, pobres e moradores de favela, não conseguiram escapar desse terrível massacre que foi tratado com desdém pelas autoridades.

Esses cinco amigos saíram apenas para se divertir e comemorar a conquista do 1° emprego de um deles, que é para um jovem negro, pobre, da favela, uma enorme conquista. Mas, infelizmente, o racismo que é institucionalizado no Brasil, em especial, no Rio de Janeiro, fez com que eles se deparassem com a morte ao encontrarem na volta para casa com os quatro policiais. Um dia que foi destinado por eles para ser só de comemoração, foi brutalmente finalizado por uma tragédia, por terrível massacre.

Se o ano de 2018 começou e terminou com um número altíssimo de tiroteios e vítimas feridas e mortas por balas perdidas, 2019 mesmo tendo iniciado com um percentual um pouco menor, o índice ainda está muito alto. É segundo o relatório do site Fogo Cruzado, no mês de janeiro foram mapeados 678 tiroteios/disparos com arma de fogo, sendo registrados por dia, 22 tiroteios, com uma pequena queda de 2% em relação ao ano passado. Uma guerra urbana sangrenta, não declarada oficialmente, com alvos certos, disfarçada de combate às drogas.

Guerra essa que vitimou no dia 14 de janeiro de 2019 a pequena Jenifer Cilene Gomes, de onze anos apenas. A menina estava na porta do bar de sua mãe Kátia Cilene, na Rua Bergamo, Favela do Jacarezinho, no bairro de Triagem, Zona Norte do Rio, quando foi atingida por um tiro no peito. E mesmo sendo socorrida as pressas, Jenifer chegou ao Hospital Salgado Filho, no Méier, já morta, segundo informou a Secretária Municipal de Saúde na ocasião.

Kátia Cilene, mãe da pequena Jenifer, em uma de suas declarações dada a imprensa no dia triste e trágica ocorrência, disse que “não irá descansar enquanto não ver o caso solucionado e quer justiça”. [Fonte: Site G1]

Mas infelizmente, essa mais uma criança para entrar para a enorme lista de crianças e adolescentes mortos, vítimas das chamadas balas perdidas. E sua mãe, mais uma mulher negra, moradora de favela, que irá lutar incansavelmente para que o assassinato de sua filha não caia no esquecimento das autoridades, como tantos outros.

Mas, como chamo de massacre, essa guerra urbana que ceifa vidas e destrói famílias pobres e faveladas, o caso da menina Jenifer não foi o único que marcou e manchou de sangue o mês de janeiro de 2019, pois, foram registrados mais de 600 tiroteios em todo o Estado. Esse foi um caso divulgado, assim como o da jovem de vinte e dois anos, Marina Silva, moradora da Favela da Palmeirinha, em Honório Gurgel, que no dia 04 de janeiro, estava dentro de sua casa, quando foi atingida por um disparo de arma de fogo, durante uma troca de tiros entre traficantes. A jovem faleceu no Hospital Carlos Chagas, para onde foi levada, deixando dois filhos pequenos. Mais dois órfãos na favela, mais duas crianças que tiveram a mãe arrancada de suas vidas pela violência. E quantas crianças se não perderam a vida, perderam suas mães ou seus pais, suas avós ou seus avôs, ou um parente que é responsável por elas e os casos não são divulgados na imprensa? Casos que estão fora das listas de estatísticas.

Mas o ano de 2019 não começou massacrando os moradores das favelas apenas com confrontos é invasões policiais. Como se essas ocorrências trágicas não bastassem para exterminar a população negra, favelada e pobre, na Favela de Manguinhos, moradores vivem sob tensão, sem saber quem será o próximo alvo a ser atingido com um tiro que pode ser fatal. Pois os mesmos relatam que tiros vindos do alto já acertaram pelo menos seis pessoas, que infelizmente vieram a falecer. Segundo o relatório da Defensoria Pública, que apresentou a denúncia, os disparos partiram da torre da Cidade da Polícia, que fica a 250 metros da favela e vinha ocorrendo desde 2018, sendo feito por snipers.

Os alvos dos snipers, atingidos fatalmente foram Rômulo Oliveira da Silva, era porteiro da Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz) é foi alvejado com um tiro no peito, naquele mesmo dia 29 de janeiro, o rapaz de trinta e sete anos, foi baleado quando transitava de moto pelo mesmo local. É no dia 25, dias antes, na mesma localidade, Carlos Eduardo dos Santos Lontra de vinte é sete anos, veio a falecer após ser alvejado com um tiro nas costas, na altura da lombar.

O único sobrevivente dos disparos feito por esses atiradores de elite da polícia, é o ajudante de pedreiro C, de vinte e dois anos, que foi atingido por um disparo próximo à sua costela direita, após ter saído de casa para comprar água de coco para seu filho recém nascido. O mesmo relata, que ao encostar-se num poste para conversar com um amigo, enquanto aguardava ser atendido, foi baleado, no mesmo dia 29 de janeiro. C também relata, que passava um pouco mais da cinco horas da tarde, a rua estava cheia e não havia tiroteios naquele dia. [Fonte: JORNAL EL PAÍS]

Reparem que foi usado a palavra sobrevivente, pois é isso que esse ajudante de pedreiro é, um sobrevivente, que escapou por muita sorte dos ataques cometidos pelos atiradores, os chamados snipers, que ficam do alto da torre da Cidade da Polícia, praticando tiro ao alvo em moradores da Favela de Manguinhos. Ele foi, o que chamamos de sortudo, iluminado por Deus ou por alguma Divindade, que lhe deu a chance dele ter um direito que é seu, em ver seu filho crescer, acompanhando cada passinho, cada conquista é aprendizado.  E por não ter sido mais uma vítima fatal deste massacre institucional que faz parte da rotina do Estado do Rio de Janeiro.

O ano de 2019 está apenas no início, e o site Fogo Cruzado, mapeou 662 tiroteios/disparos de arma de fogo no mês de fevereiro, sendo 24 registro por dia. Nos casos com 3 ou mais civis mortos no Grande Rio, em uma mesma situação, houve um aumento de 267%. Foram 11 casos que resultam na morte de 47 civis. No dia 08/02, nos morros Fallet/Fogueteiro, localizado na região Central do Rio, uma oposição policial, terminou com 13 civis mortos, sendo o maior número já registrado, já que em 2018, foram 10 mortos em 3 casos.

Ainda segundo o site, 9 adolescentes, 1 criança e 5 idosos foram baleados na Região Metropolitana do Rio no mês de fevereiro. Destes, morreram 7 adolescentes, 1 criança e 3 idosos. Dois, entre os idosos, foram atingidos por balas perdidas durante tiroteios em operação policial que ocorreu no Complexo da Penha em 16/02.

Números estarrecedores, que deixa o cidadãos do Rio, não só impressionado, mas, também assustados, apavorados, apreensivos, pois, saindo ou não de casa, todos têm muito medo por não saber será infelizmente a próxima vítima deste massacre. O maior registro de tiroteios feito pelo Fogo Cruzado, foi na Zona Norte, foram 239, foram 63 pessoas baleadas é destas, 24 morreram. Mas, a Baixada Fluminense foi o local que concentrou o maior número de pessoas mortas por arma de fogo, um total de 60 e feriados foram 18. Espantoso é também revoltante, pois isso além de chacina, genocídio, extermínio, é sim, um terrível massacre em proporções gigantescas e a maioria dos mortos são moradores de áreas pobres e carentes, muitos com pouca ou nenhuma informação sobre seus direitos. Preferem muita das vezes não denunciar os abusos, as humilhações que sofrem, por medo de represálias, pois sabem que o Estado, que deveria dar-lhes garantia de vida, proteção e segurança, não o faz e na maioria das vezes é o responsável por essa mortandade dentro das favelas.

Noite de sábado, 16 de março, Kauan Peixoto de doze anos, estava indo comprar um lanche, acompanhado de seu irmão, em um bar próximo de casa, na Favela da Chatuba, no município de Mesquita, quando foi atingido por tiros no pescoço, na perna e no abdômen. Ele foi levado para o Hospital Geral de Nova Iguaçu ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos enquanto era levado para uma cirurgia de emergência.

Ao Bom Dia RJ da TV Globo, um parente do menino, que não quis se identificar, relatou que pessoas que estavam presentes no local, viram os agentes indo na direção dos moradores. A rua foi evacuada pelos os que estavam, mas Kauan ficou parado.

“A Blazer (viatura da polícia) chegou, parou na esquina é (um policial) já desceu atirando em direção a ele. Um tiro pegou no abdômen. Aí ele caiu encostado no muro. O policial se aproximou, e ele falou, ‘pô, sou morador’. Deram um tiro na perna dele, e depois algemaram ele. É o que o pessoal conta”, afirmou.

Os policiais teriam pegado o menino pela bermuda e pela blusa e o colocaram dentro da viatura, onde ele chegou a se sentar. Segundo relatos, os outros agentes recolheram as cápsulas que caíram no chão.

A mãe de Kauan, Luciana Pimenta, afirmou que só ficou sabendo do terceiro tiro, na região do pescoço do menino, no hospital é questionou, quando teria sido disparado esse terceiro tiro. Apesar do bar estar cheio naquela hora, nenhum morador contou ter visto o menino sendo baleado no pescoço, diz a família.

Segundo a versão da PM, que diz que encontraram o menino Kauan já baleado é caído no chão, atrás onde estavam os policiais, e portanto, fora da linha de tiro. Os agentes socorreram o menino é o levaram para o hospital. A versão vai de encontro aos relatos dos moradores que estavam no local na hora da ocorrência. [Fonte: Folha de São Paulo]

Kauan Peixoto, teria ido passar o fim de semana com o pai, conforme fazia a cada quinze dias. A família diz que não estava havendo tiroteios naquele dia, naquele momento. Era uma criança de doze anos, simplesmente indo comprar um lanche e teve seu trajeto interrompido e o que é pior, teve sua vida interrompida por conta desse preconceito, desse ódio, disfarçados de segurança pública, que eles têm com moradores de favelas.

Devemos chamar isso de massacre sim, pois números estarrecedores feito por sites especializados comprovam. A intenção não é de proteger, mas sim, de liquidar, exterminar com as favelas e os moradores, que são na maioria pessoas negras. São décadas dessa guerra urbana, que eles chamam de guerra às drogas. Já está mais do que provado que não é, pois as favelas não produzem drogas e nem muito menos fabricam armas. Os noticiários informam todos os dias as apreensões de enormes quantidades de drogas e armas nas fronteiras brasileira.

Já passou da hora de mudar essa política estúpida e fracassada, de combate ao tráfico, que na maioria das  vezes só tira a vida de pessoas que em nada têm a ver com essa guerra, mas estão, sem alternativa, meio desse fogo cruzado. Essa política não é de combate ao tráfico e nem guerra as drogas, mas sim, genocídio, extermínio, um terrível massacre.

 

Artigo anteriorPalestras online gratuitas sobre mercado de trabalho
Próximo artigoCurso de Cinema João Uchôa recebe documentarista e jornalista renomado
Carla Regina
Sou estudante do último período da faculdade de Jornalismo, gosto muito de ler e de escrever. Me acho simpática, pelo menos é o que me dizem as pessoas quando me conhecem, mas creio que eu seja sim, pois adoro fazer novas amizades e conservar as antigas. Comunicativa, dinâmica e muito observadora, um tanto polêmica. Gosto muito de trabalhar em equipe, mas, dependendo da situação, a minha companhia para trabalhar também é ótima. Pois, na minha opinião, a solidão aguça a criatividade, fazendo com que a mente e os pensamentos fluam um pouco melhor. Comecei a trabalhar muito nova, ainda quando criança e já fiz muita coisa na vida, mas meu sonho sempre foi ser Jornalista e Historiadora, cheguei a ter muitas dúvidas de qual faculdade cursar primeiro, já que para mim as duas carreiras são maravilhosas. Então, resolvi entrar primeiro para o Jornalismo e no decorrer do curso percebi que cursar a faculdade de História não era só uma paixão, mas também uma necessidade para linha de jornalismo que que pretendo seguir. Como sou muito observadora e curiosa, as duas profissões têm muito a ver com minha pessoa. Amo escrever e de saber como tudo no mundo começou, até porque. tudo e todos tem um passado, tem uma história para ser contada.