A fixação acadêmica nos parece está intrínseca à Rocinha. Isso é muito bom para uma favela. Vamos ao exemplo: Na cultura – o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha, na política – Claudinho da Academia, na subida para a favela – a PUC – Pontifícia Universidade Católica, na Estrada da Gávea – o Colégio Americano.
Tem gente que quando morre, muitos dão graças a Deus. Há outros que nos deixam saudades. Saudades eternas! É o caso do Claudinho da Academia. Liderança incontestável. Este, soube muito bem explorar o termo academia. Cansado de políticos que só sobem a favela em épocas de campanhas com falsas promessas, se fez vereador com a cumplicidade de milhares de acadêmicos.
A eleição de Claudinho logo chamou a atenção dos oportunistas de plantão. Mexeu com vários interesses, oriundos dos oportunistas, os quais não são os da favela. Vão desde políticos e falsas lideranças que insistem em fazer das favelas seus redutos eleitoral, passando pelo sistema dominante que precisa manter os favelados ignorantes e longe da ideologia. Desta forma, não vão se indignar com a situação social em que se encontram.
Claudinho vinha nessa contramão e fez com que esse sistema, covarde e repressor, tratasse de colocar em prática a sua arma nuclear. É uma “bomba”, cujo o interior contém: misturas de estigmatização, difamação, calúnia, falsas acusações, e o seu plutônio maior – a associação para o tráfico de drogas. Ninguém consegue escapar dessa radiações. O seu efeito é letal e duradouro – as consequências são muitos anos de prisão com tempo suficiente para desmoralização do indivíduo, objetivando a sua desistência da luta, e a morte. Claudinho morreu!
Na época da ditadura militar, este mesmo sistema chamava os resistentes de subversivos e terroristas. Ele só não conseguiu acabar com a ideologia dos resistentes acadêmicos.
Na Academia da Rocinha, ainda vigoram alguns bravos resistentes. Claudinho fez escola. Chaolin e Paulo Cesar Amendoim estão firmes neste Campus. A Reitoria determinou: vamos ampliar esse Campus!
Prontamente obedientes e disciplinadas, a ANF – Agência de Notícias das Favelas, a FAFERJ – Federação das Associações das Favelas do Estado do Rio de Janeiro e o MPF – Movimento Popular de Favelas, se inscreveram para o próximo vestibular. Estão bem preparadas para as provas. Querem os primeiros lugares. Não aceitam mais a simples graduação. Vão em busca do mestrado e doutorado. O objetivo é fazer jus ao grande PHD – Claudinho da Academia.
Rumba Gabriel
fundador do MPF