Se um paciente que entrou em estado de coma há três anos acordasse agora, não acreditaria no que esse país se tornou. Desde a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef, o Brasil se encaminha para o atraso e retrocesso.
Desde as primeiras horas, o governo ilegalmente empossado tomou medidas que vão na contra mão do projeto de governo que 54 milhões de brasileiros escolheram para ser implementado. A extinção de ministérios como ciência e tecnologia, direitos humanos, defesa da mulher, gays e negros, o corte de verbas em setores estratégicos, a retomada do desmatamento da Amazônia: tudo já nos mostrava a que vinha esse governo.
Agora, passado mais de um ano do golpe contra a democracia, o governo anuncia que vai aumentar impostos, promove uma Reforma Trabalhista e da Previdência que atende apenas ao empresariado, anuncia que vai abrandar leis contra o desmatamento na Amazônia e, finalmente, os jornais dessa segunda anunciam que teremos o menor investimento público dos últimos 15 anos. Tudo isso para o governo atender e satisfazer os setores mais retrógrados e conservadores da sociedade na nova onda de fascismo que ameaça varrer o país.
A fome já bate à porta de milhões de brasileiros, e o governo promove uma verdadeira farra econômica para se sustentar, com aprovações de emendas parlamentares a políticos de sua base. A grande mídia, aliada desde sempre do golpe, se cala. Omite ou minimiza os estragos que esse grupo político fará ao país.
Inspirados no governo ilegítimo, governadores e prefeitos acompanham a onda conservadora, e a administração de cidades como Rio e São Paulo têm tomado decisões estapafúrdias, principalmente contra setores culturais. E em meio a toda à calamidade financeira em um Estado que tem dado calote em seus servidores, o governador do Rio vai se tratar num spa de luxo na serra fluminense.
E o povo? Como diria aquele personagem do Chico Anysio, “o povo que se exploda!” – mas isso só se nós permitirmos.