Desde o último dia 30, a Cidade Maravilhosa recebe o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe, em comemoração aos 10 anos de festival. Zózimo Bulbul, que leva o nome do festival, é considerado o primeiro grande cineasta negro do Brasil. Como todo gênio, a inquietação e o questionamento eram características marcantes desse que até hoje é referência para várias gerações.
Em seu aniversário de décimo ano, o festival bateu recorde de inscrições. São mais de 80 produções brasileiras e internacionais de cineastas negros premiados e também de jovens revelações – muitos vindos da periferia e favelas. Esse ano, as mulheres negras vêm em destaque. A grande maioria dos filmes é de produções dirigidas por elas. É o caso do belo curta Fé Meninas, do Coletivo Mulheres de Pedra, Negra Sou, da jovem cineasta da Baixada Fluminense Ana Beatriz Sacramento, As Minas do Rap, da paulista Juliana Vicente, Tia Ciata, de Mariana Campos e Raquel B, entre outros.
Há filmes bons dirigidos por homens e que contemplam o cotidiano das favelas. É o caso do documentário Deixa na Régua, de Emílio Domingos, que fala da relação que os jovens de periferia e favelas têm com seus cabelos. O destaque fica ainda para o cineasta Paulinho Sacramento, que teve dois filmes selecionados: a ficção Lapa 24 Horas e o curta-documentário Papo de Fotografia e Samba, com depoimento do grande fotógrafo e sambista Ierê Ferreira.
O festival vai até o dia 9 de setembro e tem muita coisa excelente para ser vista. Não perca!