Elza Soares e Karol Conká foram as estrelas do SambaRap Festival, que começou ontem, 19, no Circo Voador. Com a casa cheia, a política e o empoderamento feminino marcaram o evento.
O Festival SambaRap reúne nomes de artistas clássicos e contemporâneos, valorizando a cultura e as raízes africanas. Na estreia, o evento recebeu a rapper curitibana Karol Conká e a cantora carioca Elza Soares. A revolta deu o tom do show de Karol Conká, que convidou MC Carol para subir ao palco. Durante toda a noite, foram entoados gritos de “Fora Temer” e “Fora Crivella” – prova de que, mesmo num momento de descontração, o cenário político nunca é esquecido.
Elza Soares contagiou a todos com seus sucessos. O público foi ao delírio quando a artista cantou “O tempo não para”, do ídolo póstumo Cazuza. Martin Luther King também foi citado no show, com uma de suas famosas frases: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
O evento também acontece hoje e recebe o rapper Emicida, com abertura do Jongo da Serrinha e encerramento da G.R.E.S. Império Serrano. As duas últimas são ícones do subúrbio carioca, nascidas em Madureira, Zona Norte do Rio. Vale lembrar que a Casa do Jongo vive uma polêmica após anunciar o seu fechamento por falta de verba – o Jongo acusa a Prefeitura de negar apoio ao projeto, o que é negado pela Secretaria Municipal de Cultura.
O Circo Voador abre os portões às 22 h, e a expectativa é de casa cheia mais uma vez. A cultura se mantém viva num momento crítico, afinal, a resistência continua.