O governo de São Paulo anuncia nesta sexta, 7, que a retomada das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas do estado será a partir de 5 de outubro, quase um mês depois da data inicialmente prevista pelo chamado Plano SP, porque as condições impostas para a retomada do ensino presencial não foram cumpridas. As escolas poderão abrir para recuperação e atividades de acolhimento de alunos, de forma opcional, a partir do dia 8 de setembro. A ideia é atender aos pais que tenham voltado a trabalhar presencialmente e não tenham como ficar com os filhos.
Com isso, o governo abandona o plano de retomada da educação antes anunciado, que exigia a permanência de 80% da população do estado na fase amarela do plano ao longo das quatro semanas imediatamente anteriores à retomada e dos outros 20% por pelo menos metade desse prazo para que as escolas fossem reabertas.
Os estabelecimentos estão fechados desde 23 de março por causa da quarentena imposta para frear o avanço do novo coronavírus. Atualmente, menos de 60% do estado encontra-se na fase amarela, a terceira da escala de cinco estágios que rege a reabertura das atividades econômicas presenciais no estado levando em conta critérios como mortes e internações decorrentes da Covid-19 e ocupação de leitos de UTI.
O estado de São Paulo acumula até agora o registro de 24,4 mil óbitos pelo novo coronavírus, quase 1 em cada 4 ocorridos no país. Embora a capital esteja em tendência e desaceleração de casos, ela concentra 40% dessas mortes.
A volta opcional em setembro e oficial em outubro é uma tentativa de equacionar as pressões contrárias e favoráveis à reabertura.
O plano inicial do governo era de liberar a reabertura dos colégios públicos e particulares a partir de 8 de setembro. A condição para a retomada das aulas presenciais era de que todo o estado ficasse por 28 dias na fase amarela, a terceira do plano de reabertura controlada, o que não vai ocorrer.
Apesar da pressão das escolas particulares para a retomada das aulas, pais, professores e até prefeitos não têm segurança no retorno. Municípios do Grande ABC também já anunciaram que as escolas não serão reabertas neste ano.