A Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Mulher (SPM-Rio) deu início a uma agenda inédita de atividades para celebrar o mês da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Chamada de Mês das Pretas, a iniciativa vai promover oficinas, rodas de conversas e grupos reflexivos virtuais e presenciais nas Casas da Mulher Carioca, nas Salas Mulher Cidadã, no Palácio 450, na Vila Olímpica Mestre André e no Centro Administrativo São Sebastião.
Entre as atividades estão debates sobre a violência contra as mulheres negras em favelas e periferias, grupos reflexivos de combate ao racismo, webinário sobre autonomia econômica para mulheres negras, uma exposição sobre mulheres negras cientistas, oficinas de tranças e turbantes e apresentação de capoeira. O calendário conta ainda com o lançamento do Comitê Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política.
O objetivo é aumentar a conscientização sobre o papel transformador das mulheres negras na sociedade e combater o racismo, que ainda faz com que elas sejam maioria em situação de violência doméstica, comunitária, institucional e política.
“Nós, mulheres negras, somos fundamentais na história e cultura do Rio de Janeiro. Estamos construindo uma cidade que seja referência na equidade de gênero, e é urgente que essa luta esteja conectada com o antirracismo.” – afirmou a Secretária de Políticas e Promoção da Mulher, Joyce Trindade
O dia 25 de julho é celebrado como Dia da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha desde 1992. No Brasil, a Lei nº 12.987 de 2014 tornou o 25 de julho o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma importante liderança quilombola, resistindo à escravidão por décadas, junto a sua comunidade negra e indígena.
Mulheres Negras sofrem mais violências
Segundo o Atlas da Violência, em 2018, 68% das mulheres assassinadas no Brasil eram negras e no intervalo de uma década, os homicídios de mulheres negras aumentaram 12,4%, enquanto os homicídios entre mulheres brancas caíram 11,7%.
Na cidade do Rio, onde as mulheres negras representam 46% da população feminina, 53% das vítimas de violências contra as mulheres foram mulheres negras, em 2019, segundo o Instituto de Segurança Pública.
O artigo intitulado “A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil”, indica que, durante a episiotomia, que por sinal não é mais uma prática recomendada, a chance da mulher negra não receber anestesia é 50% maior. Do grupo de mulheres que receberam o corte no períneo, em 10,7% das mulheres pretas não foi aplicada a anestesia local para a realização do procedimento, enquanto no grupo das mulheres brancas a taxa de não recebimento de anestesia foi de 8%.
Confira a agenda completa do Mês das Pretas:
https://bit.ly/mesdaspretas_releasecompleto
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