A Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer planeja elaborar até meados de março um plano de trabalho específico para tentar reduzir o impacto da violência nas escolas localizadas em áreas de conflito no Complexo da Maré. A iniciativa é resultado de uma reunião realizada ontem, 23, entre os diretores de escolas da região com o prefeito Marcelo Crivella e o o secretário de Educação, Esportes e Lazer, César Benjamin.
Representantes das 45 escolas da Maré relataram os impactos da violência no desempenho escolar dessas unidades desde o início do ano letivo. Nesta quinta-feira, cerca de 15 escolas, três creches e oito Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) foram fechados por conta da guerra de facções rivais e repressão policial na favela, o que prejudicou o atendimento a 8. 787 crianças e adolescentes.
O plano de trabalho será elaborado em conjunto com os diretores de unidades escolares instaladas nos cerca de 16 microbairros do Complexo. A prefeitura pretende criar um grupo de trabalho para estabelecer critérios e regras de convivência para estas escolas – quando fechar ou manter as unidades em funcionamento seria uma destas medidas, por exemplo, já que os diretores qualificaram como “perversa” a autonomia dada a eles para esse tipo de decisão.
Também foram solicitados reparos urgentes em unidades danificadas por tiros e a elaboração de um critério pedagógico/administrativo diferenciado para a região. Eles esperam, por exemplo, que a Maré tenha uma estrutura específica para cuidar das rotinas do dia a dia. Cinco diretores, representantes das secretarias de Educação, Esportes e Lazer, Trabalho, Assistência Social e Direitos Humanos, Ordem Pública e da RioUrbe vão fazer parte do grupo de trabalho.