Secretário do Paraná pode ser anunciado hoje para a Educação

Renato Feder, cotado para a Educação - Divulgação

Como se diz no turfe, analogia apropriada ao atual momento político, Renato Feder surge correndo por fora e ameaça atropelar os demais concorrentes à vaga deixada por Abraham Weintraub no Ministério da Educação olavista. Ele é o Secretário de Educação do Paraná, cujo governador atende pela alcunha de Ratinho Júnior, filho do apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, uma das personagens mais populares do estado e bolsonarista de pule e placê.

Segundo a normalmente bem informada jornalista Andreia Sadi, o nome de Renato Feder está no chamado “pente fino” da Agência Brasileira de Inteligência, que investiga passado e presente de todos os indicados ao primeiro escalão para autorizar seu futuro no governo. Amigos e colaboradores do Secretário estão na expectativa de que seu nome seja anunciado ainda nesta terça-feira, 23.

No Ministério da Educação, ainda restam vestígios da saída de Weintraub, que se deu de forma inusual e repentina. Ele viajou na sexta-feira para Miami, nos Estados Unidos, ainda na condição de ministro porque a exoneração foi publicada no dia seguinte, sábado, mas ontem o Diário Oficial retificou o desligamento para a sexta-feira e, neste caso, Weintraub pode ter viajado irregularmente com o passaporte oficial, com visto especial e entrada liberada.

Ministros têm direito a esse visto especial. Como ao desembarcar em Miami Weintraub ainda não havia sido exonerado, ele pode ter se valido desse visto para entrar. A Procuradoria Geral da República acionou ontem, 22, o Tribunal de Contas da União para investigar as circunstâncias da viagem. Na representação, o subprocurador-geral Lucas Furtado pediu que o tribunal avalie a regularidade da gestão do Itamaraty sobre a utilização de passaporte diplomático e que apure os custos da viagem. Furtado afirma que, além da polêmica do contexto da viagem, é preciso verificar se houve custo para os cofres públicos.

O subprocurador destacou ainda que a situação da viagem pode gerar, inclusive, uma “espécie de constrangimento diplomático” para o Brasil.

Abraham Weintraub é investigado também no Supremo Tribunal Federal, que apura ameaças de bolsonaristas a seus integrantes e a disseminação de conteúdo falso na internet, as chamadas fake news. O ex-ministro é alvo, anda, de inquérito por racismo em uma mensagem publicada por ele nas redes sociais acusando a China de ter espalhado o novo coronavírus no mundo e debochando da forma como alguns chineses trocam a letra “R” pela letra “L” ao falar em português.