A reunião da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Liesa, nesta terça-feira, 14, não bateu o martelo em relação ao carnaval do ano que vem. Prudentes, os dirigentes jogaram para setembro a definição, mas a tendência geral é pela não realização do desfile das escolas de samba se não houver disponível vacina contra o novo coronavírus.
Blocos de rua também estão nas preocupações do planejamento, já que foram 453 este ano, com cerca de 7 milhões de foliões. De acordo com Rita Fernandes, à frente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro, a decisão final deve ser anunciada em outubro. Mas, como a Liesa, ela também acredita que sem vacina é pouco provável a folia.
Além da segurança dos passistas e do público expostos à contaminação na Marquês de Sapucaí, a Liesa teme investir milhões de reais em fantasias, alegorias, carros e todo o material usado todos os anos e perder o dinheiro por uma decisão judicial que suspenda a festa por causa da pandemia.
A situação é ainda mais incerta quando se considera a maneira errática e mesmo confusa como as autoridades governamentais vêm enfrentando a crise sanitária. O Brasil é vice-líder em casos confirmados e mortes por Covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, onde o governo também não tem enfrentado o problema com a seriedade e a determinação recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e cientistas internacionais.
No momento, as atividades nos barracões estão paradas em respeito às instruções dos órgãos de saúde. Segundo o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, não há como fazer carnaval sem aglomeração; portanto, a vacina é essencial. “O jogo de futebol pode acontecer sem plateia, a Fórmula 1 pode acontecer sem plateia, mas os desfiles das escolas de samba não podem acontecer sem aglomeração dos desfilantes ou de quem tá assistindo”, completou.