Nos dois primeiros meses deste ano, 195 mulheres foram assassinadas, enquanto em março e abril de 2019 foram 186 mortes. Dos 20 estados que liberaram dados das secretarias de Segurança Pública, nove registraram juntos um aumento de 54%, outros nove tiveram queda de 34%, e dois mantiveram o índice.
A violência doméstica é um tema notadamente relevante em tempos de pandemia, quando escapar da violência é ainda mais difícil, por causa das restrições de serviços e de movimentação na quarentena, pela possível diminuição de renda, e pela própria convivência diária e ininterrupta com o agressor. Estatísticas mostram que no país o número de casos aumentou em 5% em relação a igual período de 2019.
Tal cenário reflete-se em estatísticas ao redor do mundo: na China, denúncias de violência doméstica subiram três vezes no período da pandemia, e na França, queixas subiram 32%.
No Brasil, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos constatou alta de quase 9% nas denúncias realizadas no Disque 180, destinado a denúncias de violência doméstica. A Justiça Estadual do Rio de Janeiro divulgou que foram registrados mais de 50% de casos de violência doméstica a partir do momento em que o confinamento passou a ser adotado.
Pensando nisso foi criada a campanha “Sinal vermelho” que visa estimular as denúncias de violência doméstica, que aumentaram durante o isolamento social. A vítima pode usar uma caneta ou um batom vermelho para marcar um ‘X’ na palma da mão, para que o atendente ou farmacêutico, acione a polícia.
O sinal vermelho, é a comunicação entre a vítima e aquele que pode salvar a vida dela, não precisa de palavras, nem expressões, o símbolo é um ‘X’ vermelho na palma da mão, no qual está sendo divulgado em mais de 10 mil farmácias do país.