Já são 14 Estados e o Distrito Federal que registram casos da síndrome de que sofrem crianças e adolescentes e que pode estar relacionada à Covid-19. As secretarias estaduais da Saúde informam que o Brasil contabiliza 144 pessoas identificadas com a condição ou com quadro suspeito e nove mortes, duas delas em análise. Diante dessa nova síndrome, sobre a qual ainda se estuda a relação com a Covid-19, os estados se mobilizam para uma vigilância eficiente a fim de monitorar e notificar ocorrências.
Dos 22 Estados que responderam ao pedido feito pelo Estadão, Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Roraima e Tocantins informaram que, até agora, não têm registros da doença. Cinco secretarias não responderam ou a reportagem não conseguiu contato. Os números são diferentes daqueles divulgados pelo Ministério da Saúde no último balanço da pasta, que conta com informações até a semana epidemiológica 30 (até 25 de julho).
Em nota, o ministério informou que a atualização e divulgação dos números são semanais, mas até a noite desta quinta-feira, 20, não havia novos dados disponíveis. Isso também explica a diferença entre os dados compilados pelo Estadão e os do governo federal. Conforme o órgão, até julho, 71 casos tinham sido registrados nos Estados de Ceará (29), Rio (22), Pará (18) e Piauí (2), além de três óbitos no Rio. Mas o Ceará, por exemplo, reporta 41 casos e duas mortes.
“São informações de diferentes datas. Até a semana epidemiológica 30, que corresponde às notificações até 25 de julho de 2020, o Ceará contava com 29 registros de casos da síndrome, sendo 1 óbito. Já na SE 31, o Estado somava 41 casos, com 2 óbitos”, explicou o ministério. Os casos se repetem em outros estados, até mesmo com números menores.
No Pará, o ministério informa que há 18 casos, mas a secretaria estadual reportou apenas 7, que constam no próprio sistema nacional. A pasta explicou que as 18 pessoas foram diagnosticadas no Instituto Evandro Chagas, unidade de referência no estado, que segue com um estudo sobre essa síndrome inflamatória. “Na ocasião do período de estudo em que esses casos foram diagnosticados, ainda não havia o monitoramento sistemático nacional dos casos. Desta forma, esses casos ainda estão sendo inseridos no formulário nacional”, disse o ministério.