Eram exatamente 8:59h, sábado. Geralmente aqueles que ralam a semana inteira reservam este dia para cochilar um pouco mais. Estava sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo! Nele encontrava-me no epicentro de uma guerra na Síria. De repente, o estrondo de uma granada me acordou. Fui até a janela e os tiros continuavam entre pistolas e fuzis.
Era real e não pesadelo. A única diferença é que não era a Síria e, sim, o Quilombo Jacaré (Favela do Jacarezinho).
A minha dúvida permaneceu e perguntei mais uma vez: “Por que usar tantas armas só para vender drogas?”. O número de infelizes viciados cresce todos os dias. Em qualquer lugar que colocarem uma banquinha de venda, os clientes aparecerão. Até mesmo se este lugar for no inferno… Os infelizes irão.
Portanto, descriminalização já!
Bora! Partiu, Favelas?
Lembrem que todos falaram da morte do sargento da Polícia, mas ninguém falou da morte do Manoel. Apenas o chamaram de Manoel, o comerciante. E, por falar nele, o seu corpo chegou ontem no Estado do Ceará.
Enquanto isso no Cemitério Jardim da Saudade, o Sargento estava sendo sepultado com todas as honrarias militar. Os familiares falavam e perguntavam: “Por quê, meu Deus? Ele estava trabalhando, defendendo o povo”.
Eles só esqueceram de perguntar ao Comandante o que ele estava fazendo na favela do Jacarezinho, uma vez que seu lugar de trabalho era em Manguinhos. Apesar de ser bem próximo, ainda assim não deveria estar ali oficialmente. É exatamente este “descontrole” que nos preocupa.