Dia 19 de abril “comemora-se” o Dia do Índio, como se houvesse motivos para festejar, quando em verdade a história dos povos originários foi tentada a apagar, invisibilizar, através do genocídio dessa população que aqui habitava e que foi denominada de índio pelos colonizadores brancos.
Hoje sabemos muito pouco sobre a cultura desses povos e quando nos referimos a eles é como se fossem mitos, como se não mais existissem. A história que sabemos nas escolas é apenas uma parte do que realmente ocorreu, pois não contam como foi violenta a chegada dos portugueses e como tomaram toda a vida dos que aqui habitavam, aliás, mataram milhões.
Após mais de quinhentos anos de invasão dos bárbaros europeus, hoje o que se tem para contar está conjugado no passado, como se os indígenas não mais existissem e precisasse caricaturá-los. É preciso dizer que essa população resiste há mais de cinco séculos, que possuem uma cultura sustentável com as águas, a terra, os animais e uns com os outros. Se quisermos realmente falar a verdade, a cultura ocidental que dizimou os verdadeiros donos da terra tem muito a aprender com eles, a cuidar da vida, a preservar a natureza. A mercadoria e o lucro não são as prioridades desses nossos irmãos.
E a mim, parece que os ditos civilizados não são verdadeiramente civilizados. Porque, ao contrário, não teriam roubado, matado, sequestrada toda uma nação para garantir interesses tão mesquinhos. Temos que desmascarar essa história branca, eurocêntrica e mentirosa sobre a história do Brasil. Precisamos nos juntar com todos os povos oprimidos e lutarmos para superar essa forma social que nos mata todos os dias. Somos resistência e a luta pela demarcação das terras indígenas, o respeito à sua cultura e a garantia de viabilidade econômica também é nossa luta, é o nosso dever. Pois essas terras, originariamente, são deles e eles já nos deram e dão amostras do que realmente é viver em harmonia.