O ano de 2020 começou e com ele tudo o que a conjuntura do País não ajudam a nos animar, mas que precisamos dar passos para que possamos melhorar a nossa vivência diária. A nós, que somos faveladas/os, periféricas/os, no último período temos passado por muitos processos de violência e negação das possibilidades de vida.
Sabemos que a morte, a violência e a violação dos direitos sempre fizeram parte do cotidiano da população negra e indígena. No século XVI, no entanto, o que tem aumentado essa realidade é o desenvolvimento tecnológico, que, nas palavras de Mbembe, em seu livro Crítica da Razão Negra, publicado em 2018, torna a morte assunto de alta precisão, o que causa impactos terríveis em nossa vida.
A nossa relação com a morte é sempre muito negativa, pois em geral, não morremos quando o limite da vida chegou, ou seja, a velhice e a debilidade dos órgãos vitais, mas sim, com a ação do Estado que sempre agiu a nos matar para assegurar a propriedade privada, a segurança das elites e a centralidade política. E por isso a morte sempre nos chega com muita dor pela perda inesperada.
Queremos pensar a vida, a felicidade, o amor, o lazer, o trabalho e superar essa sociedade que nos aprisiona e nos mata. Para tanto, precisamos estar bem e vivos. Nos aquilombemos e lutemos para que a geração vindoura possa viver sem medo de andar na rua. E como diz um poeta do Funk: “Mas, eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”.