“Se você não cuidar, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo”, Malcom X.
Esta é a mensagem que a Comunicóloga/Jornalista, Danielle J. Santos, 29 anos, moradora do Arenoso, periferia de Salvador, traz como referência á profissão que escolheu e o motivo pelo qual desejou se profissionalizar.
Conheça um pouco da história dessa mulher, suas experiências e vivências na favela, nos movimentos sociais, como profissional, e seu engajamento frente as injustiças sociais.
Danielle Santos, gosta de viajar, de escrever, ler, assistir filmes, comer (Macarrão, frango e batata frita), estar entre pessoas, familiares, amigos, vai á praia, mesmo sem saber nadar, busca no mar a paz que precisa e sempre que pode estar em contato com a natureza. Tem vontade de conhecer diversos lugares, principalmente na Bahia como: Porto Seguro, Chapada Diamantina e sonha em viajar pra Luanda (Angola), Cidade do Cabo (África do Sul) e Colômbia.
Fã de Rap, e tem no grupo Racionais MC’s a base para suas reflexões do cotidiano, descrito nas letras das músicas do grupo. A admiração pelo grupo é tamanha que seu T.C.C. foi sobre o álbum “Sobrevivendo no Inferno” que por falar de racismo, violência, extermínio da juventude negra, desemprego, miséria, educação e racismo institucionalizado, se torna um verdadeiro protesto.
O objetivo da pesquisa apresentada por Danielle foi perceber e analisar a participação do Rap no processo de formação identitária dos jovens, compreender o impacto da música e identificar elementos que aproximam a realidade cantada da vivenciada pelas pessoas.
Desde o tempo de escola sempre participou de grupos/ equipes que desenvolviam projetos e ideias que pudessem colaborar com outras pessoas, participou de grêmio estudantil, esteve presente no protesto “Revolta do busu” em 2003, quando teve contato com pessoas que a ensinaram o significado e a importância de estar nesses movimentos.
O interesse pela comunicação surgiu quando compreendeu o poder que possui, que poderia ser o meio de fazer mudanças, reivindicar e acessar outros espaços. Desde muito nova era encantada com esse universo. E a paixão pelo jornalismo surgiu a partir de inquietações, incômodos quanto às notícias e reportagens que se referiam ao bairro onde mora, é daí que surge o desejo e escolha do curso de comunicação/jornalismo. O desejo de contar a realidade, confrontar injustiças e mostrar que na favela também tem coisa boa é o real motivo da escolha pela profissão.
Danielle diz que a comunicação comunitária é importante para criar laços sociais, construir relações, aproximar as pessoas. Também tem foco na cidadania, é comprometida com as transformações sociais, da voz ao povo, tratando das desigualdades sociais sem deixar de lado a valorização dos protagonistas das histórias.
Tem vontade de atuar por trás das câmeras, mas suas inspirações no jornalismo são Glória Maria e Luciana Barreto, mulheres que protagonizam bastante a representatividade da mulher na sociedade e servem como referência como profissionais também.
Atualmente Danielle é integrante do grupo de pesquisa Rede ao redor, vinculado ao Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC- UFBA), que é voltado para o debate, produção de conteúdos e intervenções sobre temas ligados às culturas de periferia, juventudes, ativismos culturais, práticas pedagógicas etc.
Se não fosse jornalista, seria professora pela admiração que tem aos profissionais da área de educação.