Que tal inserir as crianças na agenda cultural do fim de semana?
Vamos lá:
Espetáculo: A Princesa Dandara
O teatro é uma forma de arte secular, utilizada tanto para entreter quanto para provocar debates. E para tratar sobre negritude com crianças, são abertas as portas da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (BIML/Nazaré) para a temporada de apresentações da Cia de Teatro BIML nos meses de outubro e novembro.
O espetáculo A Princesa Dandara conta a história de uma garotinha inteligente e brincalhona que reflete sobre a imagem do negro na cultura e na sociedade. Entrou em cartaz na terça-feira (01) para abrir a programação cultural da biblioteca, encerrando as apresentações em 22 de novembro, sempre às 15h.
Nos dias 13 de outubro, 03, 15 e 17 de novembro não ocorrerem apresentações, mas sessões extras vão ser abertas nos dias 29, 30 e 31 de outubro, às 14h para atender a demanda, e domingo, às 11h.
Assim, a criançada pode acompanhar um enredo de aventura e emoção com referências a personas como Zumbi dos Palmares, importante nome na luta contra o racismo. Dessa forma, na opinião da diretora da BIML, Patrícia Porto, é preciso retratar temas étnicos raciais para que o público infanto juvenil se sinta representado. Evento gratuito.
“Chame Gente! Um espetáculo músico-teatral”
Com texto e direção de Kadu Lima, unindo música, teatro, protesto e folia, “Chame Gente! Um espetáculo músico teatral” volta ao palco do Teatro Raul Seixas, para única apresentação, neste sábado (05), às 19h
O espetáculo, sucesso nas temporadas realizadas durante o verão deste ano, carrega a alegria do carnaval, como um convite para reviver e rememorar esta que é considerada a maior manifestação popular do planeta, passeando por antigos e modernos carnavais, a partir da imersão na história da musicalidade baiana em dialogo com cenas e situações possíveis aos que brincam este período de celebração da vida.
“Chame Gente!” é resultado de pesquisas e processos experimentais voltados a adaptações de canções populares presentes no imaginário coletivo, o espetáculo evidencia temáticas necessárias para os dias atuais ao abordar pautas políticas como desigualdade social, questões de gênero e sexualidade, além de propor um passeio pela história da música baiana, desde a primeira cena que faz uma adaptação de “Isto é bom”, composta por Xisto Bahia, primeira música brasileira registrada em gravadora, passando por clássicos de grandes nomes como João Gilberto, Dorival Caymmi e Caetano Veloso. Ingresso voluntário.
Espetáculo – A história do soldado
A atração do Domingo no TCA do mês de outubro leva aos palcos da Sala Principal do Teatro Castro Alves (TCA) o resultado do trabalho coletivo entre o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) e da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA).
Depois de oito anos sem uma criação conjunta, os dois corpos artísticos da Bahia fazem renascer a obra “A História do Soldado”, da composição do russo Igor Stravinsky (1882-1971), a partir de texto do suíço Charles-Ferdinand Ramuz (1878-1947). Com texto e direção de Wanderley Meira, coreografia de Jorge Silva e regência de Eduardo Torres, o espetáculo faz sua apresentação no dia 06 de outubro, às 11h. Os ingressos custam R$ 1,00 (inteira) e R$ 0,50 (meia), vendidos apenas no dia do evento, a partir das 9h, com acesso imediato à plateia do teatro.
A concretização desta adaptação é evidência dos potenciais do Complexo Teatro Castro Alves, que reúne as duas companhias públicas mantidas pelo equipamento, através da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e da Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA). Reforçando a aproximação de ambos como prioridade de gestão, a releitura ratifica a colaboração do Centro Técnico do TCA, onde a produção cênica foi concebida. Além disso, o Domingo no TCA amplia o alcance da criação coletiva, levando a grande público uma releitura dessa obra atemporal.
A adaptação mantém intacta a versão original da composição musical, mas faz a história do soldado que vende seu violino ao diabo ganhar uma discussão contemporânea sobre o lugar do artista e da arte na atualidade. Wanderley Meira, atual diretor artístico do BTCA, conta que o objetivo é dialogar com a ideia de soldados-artistas que podem ser diabos das suas próprias trajetórias. “A obra é sobre a persistência e a resistência dos artistas que mantêm a marcha, apesar dos desvios e obstáculos”.