A terceira escola a passar pela Sapucaí nessa segunda-feira foi a Portela, que trouxe o enredo “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá”. Foi uma homenagem à cantora mineira Clara Nunes, ilustre torcedora da Portela, e uma das que mais gravou canções de compositores da escola, além de ter sido intérprete na avenida. Ressaltou-se a diversidade e a atualidade de sua trajetória biográfica e seu vasto e plural repertório musical.
A escola também exaltou a importância cultural de Madureira, das festas, terreiros e do contagiante Carnaval popular, enfatizando a contribuição do bairro para a formação da identidade que caracterizou Clara Nunes: a brasilidade. Além da homenagem à cantora, também lembrou-se da pintura modernista “Carnaval em Madureira”, de Tarsila do Amaral, obra de 1924, que imortalizou o bairro, polo comercial e cultural.
O desfile foi assinado pela lendária Rosa Magalhães, que está na escola desde 2018. Ela é a mulher com mais títulos no Carnaval, tendo 7 ao total, com Império Serrano, Imperatriz e Vila Isabel. A comissão de frente foi coordenada pelo consagrado Carlinhos de Jesus, que estreou na escola esse ano, e apresentou o ritual das Guerreiras de Iansã, que abriram os caminhos e reverenciaram a orixá na figura da cantora Mariene de Castro. A bateria “Tabajara do Samba” foi comandada mais um ano pelo mestre Nilo Sérgio, que está no posto de 2006, e a rainha foi Bianca Monteiro, pelo terceiro ano.
A azul e branco de Madureira, que tem a águia como seu símbolo, e foi fundada em 11 de abril de 1923, é a maior instituição do Carnaval do Rio de Janeiro, e detém nada mais nada menos que 22 títulos. É carinhosamente chamada de “A Majestade do Samba” e forma, junto com a extinta “Deixa Falar” e a Mangueira, a tríade das escolas fundadoras do Carnaval carioca. Seu último título foi em 2017 e, no ano passado, conquistou o 4º lugar.