Morto a tiros a 8 de março de 2013 em Ipatinga (Minas Gerais), Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos, é o terceiro jornalista assassinado desde o início do ano no Brasil (http://es.rsf.org/brasil-pista-do-narcotrafico-equacionada-26-02-2013,44132.html). A hipótese de uma execução planejada, provavelmente relacionada com a atividade profissional da vítima, parece ser a linha preferencial das autoridades federais, como avançou por Tweeter a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.

 

Ao sair com um colega de uma lanchonete que frequentava habitualmente, Rodrigo Neto foi abatido a tiro por dois indivíduos quando se dirigia ao seu automóvel. Os assassinos não levaram nada do material profissional da vítima.

 

Especialista em questões policiais de dois meios de comunicação regionais – Rádio Vanguarda AM e o diário Vale do Aço –, o jornalista já havia relatado ter sido ameaçado e vigiado por pessoas suspeitas. Suas reportagens o haviam levado a denunciar à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa estadual o envolvimento de policiais em crimes.

 

“Tomamos nota com satisfação da mobilização das autoridades de Minas Gerais, que enviaram doze policiais civis para ajudar com a investigação, e da atenção com que as instâncias federais parecem tratar o caso. Segundo algumas informações, alguns suspeitos já terão inclusivamente sido detidos. A hipótese policial deverá ser estudada de forma prioritária, tendo em conta as investigações sensíveis levadas a cabo pela vítima”, declarou Repórteres sem Fronteiras.

 

“Esse caso volta a sublinhar o perigo extremo que enfrentam os jornalistas que se atrevem a abordar problemas de corrupção ou de vínculos com o crime organizado no interior das forças da ordem. Os recentes exílios de André Caramante (http://es.rsf.org/brasil-um-jornalista-da-folha-de-sao-20-07-2012,43072.html) e de Mauri König (http://es.rsf.org/brasil-ano-funesto-chega-ao-fim-com-dois-20-12-2012,43826.html) – que entretanto já regressaram ao país – realçam a necessidade de uma reforma profunda de determinadas instituições policiais”, acrescentou a organização.

Ler também o relatório: http://es.rsf.org/bresil-o-pais-dos-trinta-berlusconis-os-24-01-2013,43939.html