Teatro e audiovisual faz a diferença na vida de alunos de uma escola em Rio das Pedras
Conheci a Roberta Chaves por volta de 2007, ainda na época do instinto orkut. Naquela época eu trabalha como produtora de casting para algumas agências de atores e figurantes, a adicionei no orkut e a coloquei no meu álbum de casting.
Estava eu no Edital Favela Criativa no dia da premiação, quando uma bela moça se aproxima e diz que torcia pelo ” Caminho das Pedras” pois fazia um trabalho de Teatro lá. Eu olhei para ela e disse: Roberta, você não lembra de mim? rimos, e relembramos do orkut. Marquei um bate papo com ela e o grupo de teatro, ela me contou que foi convidada para dar aula de arte na Escola Danielle Matos em Rio das Pedras em 2012, e que de inicio não quis, apesar da empatia com o coordenador da Instituição.
Mas com o tempo acabou aceitando. Segundo ela, no início as aulas eram da maneira mais tradicional possível, mas com o tempo, o estímulo dos seus líderes e a ânsia de novidade por meio dos alunos levou a introdução de mais coisas nas aulas. Gravaram alguns curtas, e devido à boa repercussão a escola passou a ter em 2015 aulas regulares de teatro.
Para Roberta, a diferença em ministrar aulas no Rio das Pedras consiste em primeiro de tudo: interesse. “Os adolescentes possuem uma carência tão grande de afeto, de auto estima e autoconfiança que no teatro, nas divisões das tarefas, e no entendimento que todos necessitam trabalhar em equipe e juntos, cada um fazendo sua parte, a maioria destes, a princípio desinteressados, ganharam respeito por si mesmos, acreditaram em si e passaram a fazer coisas incríveis.
O trabalho se inicia desde a criação da história, passando pelo figurino, direção, cenário, operação de som etc. Cada um na área em que mais se destaca. Procurei trabalhar a questão do interesse. Ninguém é obrigado a se apresentar, mas a ajudar no trabalho.
A maioria das turmas se tornaram mais audaciosas no que diz respeito à criação artística, e muito autoconfiantes.
A escola abre as portas e dá muitas oportunidades para que nós profissionais possamos trabalhar. Cresci muito como profissional e como pessoa, trabalhando com alunos que encontraram na arte muito mais que diversão, mais autoconfiança e aprenderam a trabalhar em equipe” .