O Teatro Municipal Barreto Júnior, inaugurado em 1985, no Cabo de Santo Agostinho, agoniza pelo abandono do poder público. O local, é um dos principais espaços de cultura da cidade, fica localizado na Rua Joaquim Nabuco, no Centro.

O teatro do Pina anda em pleno funcionamento, que fica aproximadamente 50 quilômetros do Cabo, já o do município deteriora em ruínas, tendo completado aniversário do primeiro incêndio, no dia 26 de junho, de 2014.

O homenageado, José do Rego Barreto Júnior, ator e diretor de teatro cabense, nascido em 1903, tendo sido um dos nomes mais importantes do teatro brasileiro e empresta o seu nome a dois equipamentos públicos: um no bairro do Pina, no Recife, e outro no Cabo de Santo Agostinho, sua cidade natal, situada na Região Metropolitana.

O equipamento público já foi referência na promoção da arte no município que é um celeiro de artistas em diversos segmentos. Em 2017, outro incêndio atingiu o Barreto Júnior causando ainda mais prejuízo que afetou o teto e destruiu parte do palco, além de áreas externas.

Quem não lembra do Festival Nacional de Teatro do Cabo e da Mostra Cabense de Esquetes e Poesias Encenadas (Mocaspe), que reunia milhares de pessoas todos os anos na cidade para prestigiar espetáculos, e performances de vários transformistas e artistas da cidade, da Escola de Artes de Britto.

Sem contar com as inúmeras exposições artísticas que traziam vida para o povo do município e de cidades vizinhas. Atualmente, o local só tem servido para o estacionamento dos carros dos policiais do 18° Batalhão da Polícia Militar e para o consumo de drogas, lícitas e ilícitas, prática do sexo, depósito de lixo e entulhos.

Questionamentos para a gestão pública:

Até quando esse espaço de promoção de cultura e entretenimento será relegado ao descaso?

Por que um município que arrecada mais de 1 bilhão e 300 milhões não prioriza a reforma desse equipamento público?

Como mudar esse cenário que coloca a cidade como a 8ª mais violenta do País, segundo o Atlas da Violência de 2024?

A cidade é conhecida nacional e localmente como cidade da morte. Até quando?

Ainda de acordo com a pesquisa, a juventude pobre, preta e periférica cabense é uma das maiores vítimas da letalidade juvenil, praticamente todos os dias jovens tombando em becos e vielas.