Na Rua Coronel França Leite, na Chatuba, Mesquita. Enviada via WhatsApp

Rua Açu, em Realengo.Olha a força da água 😮😭

Posted by Padre Miguel News on Saturday, February 29, 2020

Na Rua Açu, em Realengo, Zona Oeste do Rio. Imagens impressionantes registradas por morador, divulgadas na fanpage Padre Miguel News.

 

O primeiro de março, um domingo que deveria ser comemorativo dos 455 anos do Rio de Janeiro, amanheceu debaixo d’água das intensas chuvas que transtornam a cidade desde a tarde de ontem. Vários bairros das zonas Norte e Oeste foram duramente atingidos pelas águas que transformaram ruas em rios. Carros foram levados pela enxurrada, ônibus não conseguiram trafegar e trens da Supervia foram parados nos ramais de Santa Cruz e Japeri.

Na zona Sul também houve alagamentos e sirenes foram acionadas nas favelas da Rocinha, Cantagalo, Pavão-Pavãozinho e Cabritos e ainda na Formiga, na Tijuca. Os rios Maracanã e Joana transbordaram, inundando as imediações do estádio e diversas ruas em Vila Isabel e Tijuca. A Avenida Brasil foi interditada na altura de Irajá e ruas em Santíssimo, Campo Grande, Taquara e Barra da Tijuca, na zona Oeste, foram prejudicadas.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio (http://cor.rio/) alerta sobre a previsão de chuva moderada a forte “a qualquer momento, devido a um canal de umidade posicionado sobre a região Sudeste” e recomenda à população:
– Adie compromissos
– Permaneça em local seguro
– Só se desloque se estiver em área de risco ou em caso de extrema necessidade.

Foram registradas até o momento pelo menos duas mortes, ocorridas ainda durante a madrugada, na zona Oeste. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um homem ainda não identificado foi vítima de desabamento no Tanque e uma idosa foi eletrocutada na Taquara. O BRT ficou inoperante em um dos corredores, com funcionamento irregular em outros dois.

A Defesa Civil mantém o Rio de Janeiro em estado de atenção, o segundo na escala de três estágios de alerta e o Instituto de Meteorologia prevê mais chuvas neste aniversário da cidade e os moradores das áreas mais atingidas são orientados a só sair em caso de necessidade. No começo da tarde chovia forte em muitos bairros e na região serrana. Na Rocinha, a distribuição de cestas básicas prevista para a tarde foi suspensa pelo alagamento da quadra esportiva onde seria feita.

 

Na Rua Coronel França Leite, na Chatuba, Mesquita. Enviada via WhatsApp

Durante a tarde deste domingo foi noticiado o rompimento de uma barreira e uma adutora na zona Oeste da cidade, entre Jacarepaguá e Deodoro, durante a madrugada. Chamada ao local, a CEDAE não registrou danos em sua rede. Moradores de Deodoro dizem que uma tromba d’água desceu pela linha do trem, sem qualquer ligação com a chuva insistente desde cedo. O bairro de Santa Maria, na Taquara, tem cerca de 100 famílias atingidas pelo provável transbordamento da represa Camorim, que a CEDAE não confirma.
Ainda no ano passado o Ministério Público do Rio de Janeiro ajuizou ação contra a CEDAE, o INEA e o governo do estado pelo estado de degradação e risco estrutural na represa do Camorim, no Parque Estadual da Pedra Branca, na zona Oeste. A ação se baseou em relatórios de vistorias feitas pela própria companhia em 2017, ignoradas pelos réus.
A CEDAE é responsável direto pela barragem, o INEA é responsável indireto, por fiscalizar a segurança de barragens em geral e, em especial, responsável pela gestão do Parque Estadual da Pedra Branca. E o Estado também responsável indireto, porque a barragem é bem tombado pelo patrimônio histórico estadual.