Ser artista independente já é difícil, agora imagine ter que conciliar uma produção artística com as tarefas do dia a dia, manter-se focado para encontrar ânimo e não desistir do sonho de levar a música para o máximo de pessoas, tudo sendo feito de maneira autoral e independente.

Conheça a trajetória de Carlos Davi Silva, ou o Negro Davi, Rapper, estudante de Serviço Social, empreendedor e diretor sindical, casado, gosta de futebol e não pode faltar o feijão e pizza no cardápio.

Crédito:. Arquivo pessoal

Negro Davi é Morador de Pernambués, periferia de Salvador- Ba. Atua como militante e educador social desde a adolescência e, nessa missão, têm recebido também aprendizados e ensinamentos.

A música sempre foi presente na vida de Davi. “Lembro que agente sempre fazia batucada no meio da rua com os amigos, era muito bacana, o som saia legal e com criatividade”.

O sentimento e desejo de mudança
e o fato de poder expressar na sua arte sobre algumas questões pessoais fez com que Negro Davi pudesse enxergar sua comunidade com outro olhar. Percebeu que poderia se posicionar como cidadão e agente transformador e que levaria uma semente de ânimo que motivasse as pessoas a buscarem melhorar suas vidas.

“Mostrar às pessoas que somos descendentes de um continente africano lindo e de um povo acolhedor que traz consigo uma grande riqueza e inteligência, que fala muitos dialetos, poder dizer para a juventude que a auto estima faz parte de nossa saúde mental é autoconfiança”. Essas são algumas das motivações que alimentam o sonho de Davi.

Negro Davi mistura rap com samba do recôncavo baiano e partido alto. Já gravou música para filme, fez sua primeira apresentação internacional na Suíça, foi o primeiro rapper da Bahia a gravar com Max Gagino- cineasta Italiano- teve música que foi usada em trilha sonora de programa de TV e gravou com músicos de Moçambique- Nigéria.

“Quero poder contribuir com um mundo melhor e levar alegria, seja cantando rap ou em missão humanitária”.

Crédito: Arquivo pessoal

O mais novo CD, Conectado com as Nações, traz a música Bom ânimo, que estimula a gente a avançar e se organizar para promover uma mudança em nossas vidas, primeiro de dentro para fora. Bom ânimo alerta para o perigo de se perder em meio às dificuldades da vida e de ter uma postura firme e acreditar no seu projeto de vida.

A música retrata a história de algumas personalidades, como o jogador de futebol Cafu, que só conseguiu ser profissional
depois de passar por 11 vezes pela peneira do time do São Paulo. Tenhamos esperança e coragem.

Espero que minha história sirva como uma árvore que produza bons frutos e que essa mensagem possa chegar aos corações das pessoas e que especialmente os mais jovens sejam encorajados a lutar pela paz, justiça e alegria.

Que a gente esteja sempre conectado com as nações e que a cidade da Beira, em Moçambique, consiga ser restaurada.  Peço que a galera acompanhe o trabalho do Negro Davi.

Crédito: Arquivo pessoal
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Paulo de Almeida Filho
Jornalista, Especialista em Comunicação Comunitária, Mestre em Gestão da Educação, Tecnologias e Redes Sociais - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Editor da Agência de Notícias das Favelas. Pesquisador do CRDH- Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Professor de Pós Graduação, em Comunicação e Diversidade, na Escola Baiana de Comunicação. Assessor da REDE MIDICOM- Rede das Mídias Comunitárias de Salvador. Membro do Grupo de Pesquisa TIPEMSE - Tecnologias, Inovação Pedagógicas e Mobilização Social pela Educação. Articulado Comunitário do Coletivo de Comunicação Bairro da Paz News. Membro da Frente Baiana pela Democratização da Comunicação. Integrante do Fórum de Saúde das Periferias da Bahia. Membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito- Núcleo Bahia. Integrante da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores Coordenador Social do Conselho de Moradores do Bairro da Paz, EduComunicador e Consultor em Mídias Periféricas.