De surpresa, o presidente Jair Bolsonaro levou hoje, 7, o ministro Paulo Guedes, da Economia, e um grupo de empresários ao presidente do Supremo Tribunal Federal para um apelo veemente pelo fim do isolamento social e a retomada da produção industrial no país. O presidente voltou a afirmar que os efeitos da restrição de circulação não podem ser maiores do que os problemas causados pela doença em si.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltou que o Brasil pode enfrentar a mesma situação de países vizinhos se não mudar de estratégia no enfrentamento à doença. A referência a “vizinhos” foi à Venezuela e à Argentina, que seguem protocolos rígidos e sofrem as consequências econômicas. Sobre Paraguai (10 mortes) e Uruguai (17 mortes) o ministro não fez comentários. O Brasil tinha 8.609 mortes até as 15 horas desta quinta-feira e figurava em sexto lugar na relação dos países mais atingidos pelo Covid-19.
A pressão sobre o ministro Dias Tóffoli pode ser medida pelas palavras do representante da indústria de brinquedos, Synésio Batista: “Eu diria que a indústria está na UTI e ela precisa sair da UTI, por que senão as consequências serão gravíssimas”.
O presidente do Supremo ouviu as queixas e propôs maior coordenação do governo federal com os outros poderes e os demais entes da federação: “Essa coordenação, que eu penso que o Executivo, o presidente da República, junto com seus ministros, chamando os outros poderes, chamando os estados, representantes de municípios, penso que é fundamental. Talvez um comitê de crise para, envolvendo a federação e os poderes, exatamente junto com o empresariado e trabalhadores, a necessidade que temos de traduzir em realidade esse anseio, que é o anseio de trabalhar, produzir, manter a sociedade estruturada”.