O mega prédio de 140 metros de altura da Amazon em Berlim foi marcado hoje por protestos de ativistas e moradores locais. O evento destacou a divisão de opiniões sobre o impacto da gigante do e-commerce na capital alemã. Centenas de manifestantes marcharam em direção à torre, portando cartazes e entoando músicas com a mensagem central de que “a Amazon não é uma boa vizinha”. Os protestos focaram nas práticas controversas da empresa, incluindo alegações de exploração de trabalhadores, danos ambientais e evasão fiscal. Um dos principais pontos de preocupação levantados pelos manifestantes é o potencial impacto da torre no processo de gentrificação e deslocamento no bairro. Cartazes com frases chamando a atenção para essa temática foram expostos no protesto.

Foto: Alene Px

Os ativistas apresentaram uma série de demandas, estabelecendo condições para a Amazon ser “bem-vinda” em Berlim. Entre elas, a adoção de princípios de liderança que incluem salários e jornadas de trabalho justos, compromisso com a descarbonização, fortalecimento da economia local e pagamento justo de impostos. “Esses princípios são um desafio ao buscar o lucro como a Amazon faz”, declarou um dos organizadores do protesto. “Mas é crucial que a empresa não continue crescendo às custas dos trabalhadores e da nossa comunidade.” O protesto também enfatizou o apoio a uma “cidade inclusiva e para todos”, contrastando com a percepção de que a Amazon “explora seus muitos trabalhadores e recursos, acumula bilhões e não paga impostos nem respeita os bairros”.

Foto: Alene Px

Enquanto alguns veem a nova torre como um símbolo de investimento e criação de empregos, para muitos berlinenses, especialmente ativistas e iniciativas locais, ela representa um desafio significativo para o tecido social e econômico da cidade. A Amazon ainda não se pronunciou oficialmente sobre os protestos. A empresa havia anunciado anteriormente que a nova sede abrigaria mais de 3.400 funcionários e prometia contribuir significativamente para a economia local. O caso da torre da Amazon em Berlim continua a alimentar o debate sobre o papel das grandes corporações tecnológicas nas cidades modernas e seu impacto nas comunidades locais.