Samba dos trabalhadores no vagão encerra a semana mais leve. FOTO: João Roberto/ANF
Toda sexta-feira às 20h20 no ramal Japeri da Estação de trem Central do Brasil, um dos vagões dá lugar ao palco onde acontece uma roda de samba formada pelos próprios passageiros, cujo o objetivo principal é distrair o público durante o trajeto que leva em torno de duas horas.
Para Roberto, a iniciativa desse grupo é incrível, pois ela leva ao trabalhado da Baixada Fluminense a chance de aproveitar o final do dia de trabalho com os colegas, o que muitas vezes nos é negado. Há vários impedimentos em relação à disponibilidade dos serviços de transporte público e a preocupação com o horário. E ali, naquele trem, ele pode ir embora bebendo cerveja e curtindo um bom samba.
Camelôs nos trens
Outro grupo diretamente afetado por essa roda de samba é o dos camelôs que trabalham no trem. Para Thiago, que está trabalhando no trem porque foi demitido de seu antigo emprego, essa roda de samba tem movimentado o fluxo no vagão. Também tem motivado os passageiros a beberem. Ele chega a brincar que “numa roda de samba pode faltar tudo, menos uma cervejinha”.
Em conversa com um dos sambistas, ele compartilha que o nascimento da roda não foi nada muito pensado. Eles chegaram e tocaram, o trem animou e continuaram. Eles não são um grupo musical, alguns deles fazem até parte de outras rodas. Mas, no trem, quem souber tocar e quiser, pode chegar e dar uns tapas no pandeiro.
Levantando para sambar
Ele ironiza os passageiros que correm para guardar o banco para se sentar, mas, na hora que o som começa, não perdem a oportunidade de apreciarem o som, com um bom samba no pé.
O som que parece ser bem alto no vagão do samba, não atrapalha o silêncio dos outros vagões. Ao se despedirem, os sambistas que vão até a estação final no município de Japeri, já deixam o encontro marcado para a próxima sexta-feira.
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