Moradores sofrem com a falta de ônibus em toda a comunidade
Por causa da ausência de transporte público no Complexo da Maré, muitos moradores, crianças e jovens que estudam ou trabalham fora da comunidade arriscam a vida para conseguir pegar um ônibus. Muitos precisam atravessar avenidas, pois em algumas favelas do Complexo, ainda não existem nem passarelas. A deficiência maior é na comunidade de Marcílio Dias, que hoje, só passa um ônibus em horários determinados pela própria empresa. São dois problemas, a falta de ônibus e a de passarelas.
Para Vera Lúcia da Silva, de 44 anos, moradora de Marcílio Dias, a preocupação com a falta de transporte, é ainda maior, o lugar que mora não há passarela. “O meu filho estuda do outro lado da Avenida Brasil. Ele vai sozinho. Fico muito preocupada, porque é muito perigoso”. Eliane Gomes da Silva, de 23 anos, moradora da mesma comunidade, fala de como é difícil levar os filhos ao colégio. “É muito ruim atravessar a Avenida, lá não tem sinal. Todos os meus filhos estudam fora daqui, é muito complicado. Temos que atravessar correndo”, completa.
Segundo Elenita dos Santos, de 44 anos, na época, representante da Associação de Moradores de Marcílio Dias, só nessa área há uma média de 9 mil pessoas. Muita gente para circular apenas um ônibus. “Há alguns anos passava ônibus aqui, mas depois sumiram. Hoje, temos apenas um da empresa ‘Juremas’, ele voltou a funcionar no final de fevereiro do ano passado, e só conseguimos porque fizemos um abaixo assinado. Muitos moradores ainda reclamam da falta de transporte”, diz.
O estudante Raphael Damaceno, de 17 anos, morador da Baixa do Sapateiro, também sofre com a falta de transporte, “Estudo na Tijuca, na Cefet, todos os dias tenho que ir de bicicleta até a Av. Brasil para pegar um ônibus. Deixo minha bicicleta na passarela e depois pego meu ônibus, na volta pego de volta e vou para casa. Acho o transporte público da Maré muito deficiente. Afinal, a Maré é enorme, com diversas comunidades. Quem mora na Vila do Pinheiro e quer ir ao Parque União, por exemplo, tem que ir até a Av. Brasil pegar um ônibus, ou pegar várias kombis de dentro da comunidade até chegar lá”, diz.
Por Gizele Martins