Imagine você que um ente querido seu faleceu e sua família fez uma singela homenagem a essa pessoa: uma placa com o nome dela e algumas linhas que lembram um pouco de seu trabalho em vida. Vocês penduram essa placa na rua onde o seu parente trabalhava e todos os amigos dele concordam, pois reconhecem que seus feitos foram, de fato, importantes. Alguns meses depois, porém, chegam dois homens, dizendo que vieram restaurar a ordem do local e, para tanto, arrancam sua homenagem dali e ainda exibem a placa quebrada com sorrisos no rosto. Com Marielle Franco, assassinada em março, foi exatamente assim. Os dois desordeiros – assim devem ser chamados os que descumprem a vontade do povo, pois a placa em homenagem à vereadora foi colocada na Cinelândia com a participação da população- que quebraram a lembrança de Mari foram Daniel Silveira, candidato a deputado federal e Rodrigo Amorim, que disputa por uma vaga de deputado estadual, ambos pelo PSL, o mesmo partido de Bolsonaro. O filho do presidenciável defendeu os dois candidatos, alegando que a placa quebrada depredava o patrimônio público, pois encobria o verdadeiro nome da Praça Floriano Peixoto.
O que podemos perceber nessa atitude é ódio gratuito. Se a dupla queria recuperar o patrimônio público, como afirmou num vídeo, por quê não pintaram paredes pichadas ou limparam ruas sujas? A resposta é clara: porque estão muito mais preocupados em pregar sua moral e suas regras e em implantar seu discurso de ódio do que em, realmente, cuidar do que é do povo. Daniel e Rodrigo não quebraram apenas uma placa, mas a representação de toda uma comunidade de mulheres, negras e negros e LGBTS. Isso significa que eles não estão nem um pouco preocupados em governar para essa parte da população. Ah, e se você está se perguntando sobre o motivo pelo qual o título dessa matéria diz que três pessoas destruíram a homenagem a Marielle Franco enquanto a foto só mostra duas, olhe para o homem estampado na camisa do candidato Rodrigo Amorim.