Não sei o porquê tanto barulho e estardalhaço ao verem o Exército torturando no Complexo do Alemão. A UFT – Universidade Federal das Torturas, nasceu dentro do EB – Exército Brasileiro, na época da Guerra do Paraguai quando o então, Duque de Caxias – “o Pacificador”, levou um montão de negros para participar do massacre no Paraguai. As UPPs – Unidade de Polícia Pacificadora, vêm daí. A UFT formou muitos “doutores”, principalmente no período da ditadura quando seus laboratórios estavam cheios de “cobaias” – estudantes e trabalhadores. A maioria, jovens que tinham sonhos. Transformar o Brasil numa sociedade justa e igualitária. Eram espancados todos os dias, só porque tinham sonhos. Eram humilhados todos os dias, só porque tinham sonhos. Desapareciam sem deixar vestígios, só porque tinham sonhos. Os “doutores” em torturas eram PHDs. Inventaram uma série de instrumentos como: cadeira do dragão e pau-de-arara, estes se destacavam entre outros. Nem os portugueses com suas criações diabólicas, conseguiram superá-los com correntes, grilhões, troncos e pelourinhos para maltratar negros. O pior de tudo isso é que eles não têm limites e nem são punidos pelos seus atos. Os “doutores” continuam impunes e em pleno exercício de suas funções.
A Comissão da Verdade que acaba de ser aprovada, já nasce torta porque nenhum torturador será levado as barras do Tribunal para serem julgados, condenados e presos como aconteceu em todos os países que formaram as suas Comissões.
Os “doutores” sabedores dessa impunidade sentem-se a vontade para continuar a exercitar suas graduações acadêmicas. Os laboratórios hoje são as favelas, as cobaias: negros, pobres, favelados e desempregados. Excelentes insumos sociais. Afinal de contas, o Exército Brasileiro iria permanecer ocioso se não surgisse esta oportunidade ímpar para mostrar sua “força”. O Haiti é bom, mas as favelas do Rio é um prato mais apimentado para quem sempre esteve com fome de covardia. Spray de pimenta e gás lacrimogênio nos olhos dos favelados é tudo para os “doutores”. É REFRESCO. (grifo meu).
Rumba Gabriel