Estudiosos do comportamento humano avaliam que quando a pandemia passar o mundo será outro e as pessoas criarão novos hábitos e costumes, forjarão enfim uma cultura nova baseada em paradigmas também inéditos nas relações interpessoais e até nos meios de produção.
Mas enquanto esse tempo não chega, o que já está mudando na vida das pessoas? Um individualismo nocivo divide a cena com o fortalecimento da solidariedade humana, sobretudo quando se trata de idosos contra o coronavírus. Muita gente jovem se oferece para fazer o mercado para vizinhos na faixa de risco, mas é uma iniciativa pessoal e essencialmente comunitária. Em São Paulo, um site abriu espaço para voluntários e está dando certo em diversas localidades.
Ana Lúcia da Silva é um exemplo: psicóloga aposentada, tem 69 anos, mora só em São Paulo e não sai de casa na quarentena, para preservar a saúde. Se o isolamento tem feito muita gente recorrer à tecnologia para relações pessoais, reuniões de trabalho e mesmo atender compromissos religiosos variados, também a tem ajudado a fazer as compras de mercado.
Foi por meio do Aplicativo Oito que ela encontrou Luciana Oliveira, 41, artesã e voluntária ajudar na compra dos itens necessários dentro de casa. “Como sou idosa e não estou saindo, resolvi ver como era. No site encontrei a Luciana que gentilmente se prontificou a fazer algumas compras no mercado para mim”, disse Ana Lúcia.
Com o objetivo de auxiliar essas pessoas, o aplicativo, que tem como foco autônomos em busca de trabalhos pontuais, criou a função chamada “entrega solidária”. Afinal, todos sabem que ao contrair o vírus, idosos tem mais chances de complicações sérias de saúde e evoluir para um caso grave.
Luciana conta que o que a motivou foi pensar em seus familiares mais velhos, que dependem de sua ajuda para fazer as compras.
Por conta da necessidade de isolamento, moradores de prédios estõ se organizando para resolver o problema. Listas são coladas nas paredes dos elevadores para quem quiser se voluntariar a ajudar quem corre maior risco ao sair de casa. Também surgem iniciativas solidárias de pessoas que saem às ruas para auxiliar quem não deve mesmo sair de casa, como, por exemplo ajudando com marmitas e doação de cestas básicas.
O aplicativo atende várias localidades, acesse https://oito.app/ e veja se sua cidade é uma delas. Se não for, que tal começar uma iniciativa semelhante enquanto a pandemia não passa?