Um sonho de menino
Flávio vai em busca de seu grande desejo, o de se tornar um jogador de futebol
“Às vezes, a gente se sente desmotivado pelos problemas que aparecem, mas quando temos um sonho, corremos atrás dele por mais difícil que ele seja”. É o que diz o jogador do São Cristóvão, Francisco Flávio de Souza, de 19 anos, morador do Parque União, comunidade da Maré.
Segundo Flávio, tudo começou quando ainda era adolescente. “Entrei numa escolinha de futebol para disputar um campeonato, depois fiz testes e gostaram de mim. Fiquei sendo avaliado por um mês e aí que tudo começou”. Depois disso, não parou mais de jogar, e apenas com 19 anos, já passou pelo Vasco da Gama, América e atualmente está no São Cristóvão.
Para o jogador, realizar um sonho quando não se tem condições não é muito fácil. “Lembro que muitas das vezes não tinha nem dinheiro para pagar a passagem. Mas meus familiares e amigos me ajudaram e continuam me apoiando”, diz. Ele expõe ainda que o mais difícil é passar primeiro por uma seleção que é enorme, bem disputada. E quando tem que disputar vaga com os próprios amigos. “É complicado, a vida de jogador não é fácil, mas vamos esperar o que a vida tem guardado pra mim”.
Flavio de Souza, fala sobre o seu amor pelo futebol e os sonhos que quer alcançar com ele. “Eu amo esse esporte. Meu objetivo é o de jogar num clube grande. Pretendo seguir essa carreira.” Segundo ele, é preciso muito empenho. “Os treinos são todos os dias, começam às 15h e vai até às 17h”.
Flavio já conquistou alguns títulos durante sua carreira. “Ganhei um titulo da Copa São Paulo, pelo Barueri, também fui campeão da Copa de divisão de acesso carioca pelo São Cristóvão, e fui vice-campeão do campeonato carioca, pelo Vasco da Gama”. Ele relata ainda a emoção que sentiu quando dividiu o campo com jogadores que via apenas pela televisão. “Em 98, vi Romário ser campeão na copa do mundo, e em 2007 dividi campo com ele e outros jogadores. Isso foi muito bom, foi uma grande emoção”, conta.
O jogador deixa um recado para quem quer seguir esta carreira. “O caminho de um jogador é curto. Quem quer seguir esta área tem que ter cabeça no lugar, pois um dia você pode estar ganhando muito e no outro nada”, conclui.
Por Gizele Martins
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