Passados 33 dias do assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, muitas perguntas permanecem sem resposta. As principais são, quem matou, quem mandou matar e por que a mataram. Hipóteses não faltam. Com 38 anos e uma atuação marcante logo no primeiro mandato, Marielle despontava como uma grande liderança política nacional. Não tenho a menor dúvida que ela chegaria aos postos mais elevados da política. Prefeita, governadora e até mesmo presidente da República. Sua morte foi para calar uma liderança negra e de esquerda.
Só que existem outras possibilidades. Marielle tinha acabado de ser nomeada pela Câmara dos Vereadores como observadora oficial da intervenção militar no estado do Rio. E semanas antes de sua morte, ela tinha pedido na Casa um minuto de silêncio para os cinco mortos do Morro do Salgueiro, em São Gonçalo. Essas mortes, até hoje, não foram esclarecidas. Nenhuma força de segurança assumiu ter feito operações esse dia na favela. Porém, havia rumores que o exército teria feito uma operação secreta no local. Certamente Marielle iria investigar esses fatos e poderia desmascarar de vez essa fraudulenta e criminosa intervenção federal.
No entanto, Marielle, também, pode ter sido morta pelo simples fato de ser mulher, negra e favelada. Aquela Câmara é um antro de homens brancos, ricos e preconceituosos. Vereadores ligados à milícias, igrejas pentecostais, extremamente radicais e preconceituosos. Marielle além de bela era inteligente a cultos, e se expressava muito bem. Algo imperdoável para esses vereadores que mal sabem ler e escrever. E a polícia já descobriu que dois milicianos visitaram a Casa dias antes do atentado contra Marielle e seu motorista.
Hoje, o ministro de defesa Raul Jungmann declarou que a principal linha de investigação é em cima das milícias.
Nessa altura dos fatos, o que mais interessa à sociedade é a solução desse crime imperdoável.