E cá estamos de novo falando da desastrosa gestão municipal do governo do sr. Marcelo Crivella. Nesses quase dez meses de governo, a sensação é que temos um timoneiro à frente do executivo que não tem a menor ideia do que está fazendo ali. O prefeito assume uma postura de quem ainda está em campanha pela eleição. Vive de factoides, frases de efeito e declarações bombásticas e preconceituosas.
A população do Rio está em polvorosa. Hospitais municipais, como o Rocha Faria, agonizam com a falta de pagamentos, escassez de materiais de higiene básicos, como papel higiênico, sabão e desinfetante. Pacientes graves têm recebido alta por falta de medicamentos, alimentação e pessoal. Faltam artigos básicos, como algodão e gaze em unidades de saúde como os hospitais Souza Aguiar e Miguel Couto.
Ná área da educação, a situação não é muito diferente. Desde o início do ano letivo, as escolas do município do Rio de Janeiro têm sofrido bastante com a falta de recursos e estrutura. Conheço diretoras e educadoras de escolas do subúrbio que relatam que o sucateamento, a queda de qualidade na merenda servida e a falta de reestruturação da Secretaria Municipal de Educação estão a níveis nunca vistos por essas pessoas, que têm mais de 20 anos de carreira. A quantidade e a qualidade da merenda caiu bastante. Estamos em outubro, e algumas escolas ainda não forneceram itens básicos como uniformes e cadernos. Os professores e coordenadores estão gastando dinheiro do próprio bolso para comprar resmas de papel, tôner de impressora e outros artigos – além de muitos estarem também com o salário atrasado.
Na área social, o que se vê no Rio de Janeiro é o aumento desenfreado de pessoas indo viver nas ruas por falta de opção. Não há nenhum anúncio de um programa para acolher e dar uma perspectiva de vida melhor para essas pessoas. Afinal, o prefeito só tem mostrado empenho nas seguintes questões:
1 – Contratar empresas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus, como fez ao mudar a empresa de assistência médica dos servidores, que agora é a mesma que atende aos funcionários da Rede Record. O caso se repete com a mudança do banco que faz o pagamento dos funcionários municipais, e que, coincidentemente, é o mesmo que também atende aos empregados da rede de TV de seu tio, o Bispo Edir Macedo.
2 – Aparelhar a Guarda Municipal com armas letais, que, segundo ele, combateriam a violência. A gente sabe que ele quer mesmo é montar a sua guarda palaciana…
3 – Nomear parentes e amigos nas secretarias municipais. Até hoje, briga na Justiça para nomear o filho para a Secretaria da Casa Civil. Ainda não o fez porque o STF não autorizou.
4 – Acabar de vez com a identidade e a verve carioca enquanto povo festivo cultural e combatente. Os embargos e proibições de rodas de samba e ensaios de blocos nas últimas semanas demonstram que nosso prefeito não possui a chamada “alma carioca”. Ao criar um decreto que permite que ele próprio embargue eventos de rua, mesmo com o alvará da Prefeitura, mostra a personalidade antidemocrática e autoritária do alcaide.
5 – Viajar pro exterior para “promover e vender” a cidade para empresários. Em dez meses de governo, ele foi para Holanda, África do Sul, Rússia, Orlando (EUA), Jerusalém e Dubai.
Além de tudo isso, temos ainda as declarações desastrosas do prefeito. Em uma delas, acusa exposições, obras de artes e artistas de pedofilia numa tentativa clara de criminalizar a arte e a cultura. Afinal, seu governo já deu o calote na classe artística ao não pagar o Fomento das Artes, sob a cumplicidade nefasta da sua secretária (?) de cultura Nilcemar Nogueira – outra que veio para afundar de vez os espaços e equipamentos de cultura da cidade.
O Rio de Janeiro não merecia isso!