“Uma velhinha reciclada” – Envelhecimento saudável na periferia

 

O aumento da expectativa de vida resultado dos avanços da Medicina e da educação à população contribuíram para repensar o processo de envelhecimento no Brasil.  Em 2020 na Assembleia Geral da ONU foi declarado o período de 2021 a 2030 como a década do envelhecimento saudável. O objetivo é incentivar a qualidade de vida e modificar a forma como os idosos são vistos na sociedade, já que os próprios idosos não se reconhecem na imagem de um indivíduo fraco e incapaz.

Celma Santos aos 63 anos é universitária

Ao se aposentarem, os idosos continuam empenhados para realizar seus sonhos, como relata a moradora da Baixada Fluminense- RJ Celma Santos de 63 anos, estudante do quarto período de Serviço Social na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que mesmo com as dificuldades continuou perseguindo seu objetivo.

Ela é a primeira da família a ingressar na universidade publica

A estudante relata que com a morte do pai na adolescência, os estudos foram substituídos pelo trabalho doméstico. Sem o apoio de sua mãe e nem de seu ex-marido, Dona Celma não desistiu do sonho de entrar na Universidade pública e com 38 anos ela  terminou o ensino médio. Após algumas tentativas frustradas para ingressar no ensino superior, em 2021 ela foi selecionada pela UFRJ para cursar Serviço Social, sendo a primeira de sua família a ingressar numa Universidade.

Celma diz: “Sou uma velhinha reciclada”

A futura assistente social  aponta a importância de ser acompanhada por facilitadores (estudantes disponibilizados pela UFRJ que auxiliam no aprendizado durante os semestres).  Apesar das críticas sobre sua idade, Dona Celma não se deixa abalar e se sente muito feliz e realizada quando entra na Universidade. Ela diz toda orgulhosa e animada: “Sou uma velhinha reciclada, me sinto viva, respeitada e protegida na sala de aula”.

Estudar é um direito do idoso

O retorno aos estudos, além de trazer uma realização pessoal, aumenta a rede de contatos e mantém a mente ativa. De acordo com a Lei brasileira N.º 10.741/2003, estudar também é um direito do idoso e contribui para melhorar sua qualidade de vida.

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