A Umbanda acaba de entrar para a lista de patrimônios imateriais do Rio de Janeiro. Nesta terça-feira (08), o prefeito Eduardo Paes declarou a religião como patrimônio cultural da cidade em decreto publicado no Diário Oficial do município. Após estudos do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), o reconhecimento foi realizado pela necessidade de políticas públicas de respeito à diversidade religiosa, além de lembrar a importância de reflexões sobre as religiões de matriz africana. Tão celebradas no Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, as religiões afrobrasileiras também são valorizadas no Cais do Valongo, redescoberto e aberto à exposição pública em 2012 na Região Portuária.
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“Esta chancela destaca a expressão cultural do sincretismo religioso. Os terreiros são referências dentro dos bairros cariocas e valorizam a cultural de cada local”, explica o presidente do IRPH Washington Fajardo. A partir desta proteção, o IRPH abrirá um cadastro dos terreiros de Umbanda da cidade para mapear os locais tradicionais onde a religião – nascida no estado do Rio de Janeiro – é praticada. A primeira instituição cadastrada foi a Tenda Espírita Vovó Maria Conga de Aruanda, situada na Rua São Roberto, nº 20, no Estácio.
Com a inclusão da Umbanda, a cidade do Rio de Janeiro conta com 54 bens imateriais chancelados pelo município. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), são considerados patrimônio imaterial práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, grupos e indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Fazem parte da dos bens imateriais da cidade a Bossa Nova, as escolas de samba, os blocos carnavalescos Cordão da Bola Preta e Cacique de Ramos, os vendedores de mate e biscoitos de polvilho das praias cariocas, as festas de Iemanjá, as marchinhas do carnaval, o frescobol, entre outros.