Por Patrick Granja / A Nova Democracia

A favela de Manguinhos fica no coração da zona norte do Rio de Janeiro e foi militarizada no final de 2012. Meses depois, moradores denunciam que a paz está longe de ser uma realidade na favela. Segundo relatos registrados pela equipe de reportagem de AND, policiais da UPP estariam atacando moradores com armas não-letais e, em algumas ocasiões, etariam usando munição real contra a população. Em uma dessas ocasiões, o jovem Fernando Wanderley da Silva Reis, de 22 anos, teria sido baleado nos dois pés e, ainda, preso por desacato, lesão corporal e dano ao patrimônio público. Nossa reportagem foi à Manguinhos e conversou com o pai de Fernando, o operário da constução civil, Clésio Reis, de 52 anos.

 O pai de Fernando contestou as acusações e disse que ele e sua esposa tiveram que peregrinar por delegacias e hospitais em busca do filho. No hospital Salgado Filho, a surpresa: Fernando estava internado sob custódia e não podia receber visitas.

 Além das prisões e agressões, um grupo de moradores está revoltado com a possível remoção de cerca de 150 moradias às margens da avenida Leopoldo Bulhões. Muitos deles, como o Sr. José Geraldo, de 54 anos, vivem na favela de Manguinhos há mais de 30 anos. O operário Clésio Reis se queixou da rotina de opressão imposta aos moradores de Manguinhos e disse que os pobres não têm voz diante dessa triste realidade.

 Procurado por nossa reportagem, o comando da UPP de Manguinhos não quis responder as acusações.