“Dar a noticia tão friamente e informar a população do óbvio do que acontecera na audiência da MPF se torna fatidigo e repetitivo,embora muitas pessoas não tragam em suas lembranças casos parecidos e marcantes que o Complexo do Alemão já presenciou e vivenciou. Os canais de informação se limitam a expor apenas o básico”

Para quem não esta ligando o nome a pessoa, trata-se de uma ONG com rede de correspondentes e capacidade de apurar informações comparável à da rede inglesa BBC. O foco são os direitos humanos.

Na semana que acontecia o Rock in Rio,os principais executivos da Human Rights Watch se encontraram com possíveis financiadores no Rio de Janeiro em um jantar numa espetacular cobertura duplex da Vieira Souto, dados de informações foi publicada no O Globo e em alguns sites,sendo que o agito e a mídia voltada para o evento do Rock in Rio deram pouca atenção ao assunto. Vou tentar refrescar a memória da importancia desta ONG;

Na década de 90 ocorreram duas chacinas na favela Nova Brasilia,e também a “Operação Rio”, aquela que na época também autorizou as forças armadas e soldados do exército a tomarem conta dos morros, todos os fatos foram investigados pela ONG/Human Rights Watch, levantando dados que informava o excesso de  autoridade por parte dos policiais e dos soldados, contra os moradores e supostos suspeitos de serem traficantes .

Existe dados e relatorios no site; ( http://www.dhnet.org.br/dados/relatorios/dh/br/hrw/hrwrio.htm ) que relata detalhes desta época e depoimentos de sobreviventes da chacina de 1994 em que vitimas sofreram abusos por parte de policias. Conta-se que na época foi aberto um inquérito, mas não se sabe qual foi o resultado. A ONG conseguiu documentos que provam muitos fatos obscuros desses casos, sendo assim a ONG com foco e interesse nos Direitos Humanos, está montando escritório em São Paulo, e se espera que exista financiadores para trazer ao Rio e colocá-los para mais uma vez apurar o que acontece nas operações de pacificação, cujo últimos fatos ocorrido tem novamente chamado a atenção para os Complexos da Penha e do Alemão, com vitimas do excesso de autoridades por parte novamente de soldados do exército que atuam na Operação de pacificação.

Se espera que através desse veículo de informação, a população tenha conhecimento do que aconteceu na década de 90 e está se repetindo agora em plena realizações e interesses da copa de 2016. Muita coisa aconteceu de 1990 a 1994 e pouco se comenta, mas estamos vivendo nos dias atuais um replay dos fatos desta época: brigas politicas,denúncias de corrupções, invasões do exército, uso das forças armadas, interesses em tempo de eleições, inundações de notícias com sensacionalismo e omissão dos fatos relatados por quem sofre. Atitudes de quem tem o poder se repete atingindo sempre quem é menos favorecido.

Onde está a mudança que tanto se espera? Onde está a justiça para os crimes cometidos à população das favelas, hoje chamada de pacificadas.

Será que fomos vitimas de um teste nos anos 90 e agora os líderes, o poder político, os capitalistas e os corruptos estão com mais experiência e agora é pra valer ? Mas qual será o propósito?

A população menos favorecida é posta como ratos de laboratório em gaiolas sem direito a se defender da violência e ataques ofensivos das autoridades e em troca recebemos promessas e projetos de melhoria, serviços antes destinados só a classe alta, invasões de megas empresários preocupados somente com os lucros para suas contas e políticos tentando dominar um território que é do povo. Eles sabem que teremos que ser bem tratados para não nos rebelarmos contra tudo isso, pois o estado já percebeu que a população em favelas e comunidades são em números grandiosos e ter o apoio dessa massa é vantajosos. Mas nós não somos ratos de laboratórios, somos cidadãos com direitos e conhecimentos, livres para votar, formar nossas opiniões e lutar por nossa dignidade.

E sabemos que  Human Rights Watch é um meio de defesa para garantir que leis sejam cumpridas, Direitos Humanos está na constituição e é lei.

Vamos nós unir e pedir para essa ONG atuar junto as comunidades para relatar o que de fato acontece. O primeiro passo já foi dado na audiência do Ministério Público Federal e a ANF que também estava presente na audiência está junto com a população da favela.