O movimento foi criado em 1944 pelo britânico Donald Watson, na época com 34 anos. Em uma reunião sobre os perfis de vegetarianos que não consumiam derivados do leite, Watson teve a ideia de propor uma nova forma de preservar a vida dos animais.
E ser vegano é aderir a uma filosofia de vida que busca excluir na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e crueldade com os animais, seja na alimentação, vestuário, estética, entretenimento ou qualquer outro propósito. E embora pareça uma prática restrita à pessoas que têm condições financeiras para investir em uma alimentação selecionada, é possível ser vegano sem ter muitos recursos.
Foi pensando assim que Inara Lima, 22, moradora da periferia de Ribeirão das Neves decidiu aos poucos arriscar uma nova dieta tanto pela preservação da saúde quanto pela vida dos animais. “Não vejo como algo saudável ingerir um cadáver, não tem como isso fazer bem para o organismo humano. Para mim, a alimentação tem que ser viva”, justificou Inara. E essa refeição diária pode ser encontrada nos sacolões, feiras hortifruti e até em casa, para quem tem espaço e tempo para cultivar uma horta rica em verduras, legumes e frutas. “Não costumo focar em alimentos muito processados, estes, são o motivo da maioria das pessoas acharem o veganismo caro, coisa de rico”, completou.
Para a jovem mudar a rotina alimentar não foi uma decisão difícil por não gostar muito de comer carne desde criança. Ela aderiu ao veganismo prático, com folhas, verduras e legumes. Mas alerta quem tem vontade de seguir pelo mesmo caminho: comece aos poucos. Não simplesmente corte tudo que vem dos animais, mas aprenda receitas gostosas que substituam a carne, os ovos e os laticínios.
O que é discutido em torno da escolha pelo veganismo, vai além de uma dieta alimentar. Inara fala sobre a questão do aquecimento global, do desmatamento e dos impactos da indústria agropecuária que afetam o meio ambiente e prejudicam também o ser humano. Entretanto, quando se fala no assunto, o primeiro passo é pensar em excluir a carne do cardápio.
E uma ponte para alcançar o veganismo, é o vegetarianismo, que tem várias vertentes focadas no regime alimentar. O estoquista Matheus Lázaro, 20, mora na periferia da capital, no bairro Pindorama. Ele teve uma transição mais difícil em relação à Inara. Conta que se tornou vegetariano há três anos, inicialmente pela causa animal, mas que não foi uma decisão tranquila.
Foram oito meses tentando parar de consumir. Um dos obstáculos foi a vida familiar, os costumes de fazer churrasco nos finais de semana, a reação das pessoas quando ele decidiu parar de seguir uma cultura de toda a sua geração. “Comecei a assistir alguns documentários sobre o assunto e fiquei muito sensibilizado pela crueldade em que eles são submetidos. A vida deles importa tanto quanto a nossa”, disse. Matheus acrescenta também a questão ambiental e relata que para a saúde foi uma opção que proporcionou melhora e disposição: meu corpo ficou muito mais leve.
Mesmo com diversas causas envolvendo o consumo de alimentos de origem animal, como a proteção do meio ambiente, a saúde física, a conscientização do desmatamento e o alto consumo da água no sistema agropecuário, o que mais pesa na decisão dos veganos é algo mais profundo: eles não mudam os hábitos por não gostarem deles, mas sim pelo amor que sentem pelos animais, independente da classe social.
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