A fotógrafa Júlia Cavalcanti, do Grajaú, São Paulo, está no projeto - Foto divulgação

Geração que Move, projeto conjunto da UNICEF e da Fundação Abertis promove e incentiva a mobilidade segura de adolescentes de favelas e periferias nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Lançado em 2020, o projeto tem a participação ativa de 140 adolescentes de áreas vulneráveis dessas cidades, fortalecendo seu potencial criativo e transformador.

O projeto conta com a parceria técnica da Agência de Redes para Juventude e da Viração e seu trabalho é particularmente importante no período de pandemia, como mostrado no vídeo que ilustra esta página. Chama a atenção, além das mensagens diretas e sentidas, a preocupação geral com o outro, a solidariedade que muitas vezes faz falta no asfalto.

Mas o objetivo mais  abrangente do projeto, que está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11, é fomentar o acesso seguro a serviços de educação, saúde, proteção, cultura, esporte, lazer, por meio de estratégias sustentáveis, projetadas e lideradas por adolescentes.

A adolescência é uma importante fase de desenvolvimento. É quando meninas e meninos identificam e constroem seu lugar no mundo, passam a interagir com outros grupos para além da família e vão ampliando a capacidade de pensar, agir e tomar decisões de forma mais independente.

Para tudo isso, é fundamental que possam ter acesso seguro e igualitário a oportunidades dentro e para além de seus territórios, conhecendo e transformando as cidades em que vivem. Mas o ir e vir é um desafio cotidiano para milhares de adolescentes, que enfrentam discriminações, violências e falta de informação, recursos e alternativas seguras de transporte. Dados estatísticos recolhidos no Geração que Move dão a medida da preocupação com jovens de periferias e favelas:

  • 169 CRIANÇAS E ADOLESCENTES de até 19 anos morreram em acidentes de trânsito nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo (MS/SVS/CGIAE – SIM, 2017)
  • MAIS DE 7 MIL TIROTEIOS foram registrados, em um ano, na região metropolitana do Rio de Janeiro, sendo 169 em uma única via expressa da cidade e 496 no entorno de linhas de trem, estações de metrô e corredores expressos de ônibus (dados da plataforma Fogo Cruzado, 2019)
  • 18,8% DOS ESTUDANTES do 9º ano do ensino fundamental na rede pública da cidade de São Paulo relataram já não ter comparecido à escola por falta de segurança no trajeto casa-escola (PeNSE, 2015)

Como funciona?

Engajamento de 140 adolescentes em áreas vulneráveis, sendo 70 em São Paulo e 70 no Rio de Janeiro.

Diagnóstico sobre as condições de acesso a serviços de educação, saúde, proteção, cultura, esporte, lazer e demais equipamentos fundamentais ao desenvolvimento de adolescentes.

Jornadas de adolescentes pela cidade, com registro multimídia do passo a passo para acessar espaços de desenvolvimento e proteção e dos desafios encontrados no caminho.

Oficinas com adolescentes para criação de soluções para garantir a mobilidade mais segura e igualitária de adolescentes nas cidades.

Intervenções urbanas para enfrentar barreiras de acesso a direitos na cidade idealizadas e pilotadas por adolescentes, com 2.500 pessoas impactadas pelas propostas desenvolvidas por adolescentes.

Diálogo com 200 gestores públicos para o aperfeiçoamento de políticas públicas e serviços que promovam a mobilidade segura e igualitária para crianças e adolescentes em ambas as cidades.

Sensibilização da sociedade sobre os desafios vividos e soluções criadas por adolescentes nas favelas e periferias.

Quem faz? 

Aliança Global UNICEF/Abertis
Presente em mais de 190 países, o Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF atua no Brasil há 70 anos. Por sua vez, a Abertis é uma empresa multinacional de operação viária, presente em 15 países da Europa, da Ásia e das Américas. Desde 2017, UNICEF e Abertis têm uma aliança estratégica com objetivo de fortalecer e ampliar a atuação do UNICEF e de seus parceiros para proteger crianças e adolescentes pelas rodovias do mundo.

Parceiros de implementação

Agência de Redes para Juventude é uma metodologia em ação desde 2011 pela organização da sociedade civil Avenida Brasil. Promove a possibilidade de criação de um novo espaço-tempo para os jovens que vivem em comunidades populares do Rio de Janeiro, estimulando-os para a invenção de um novo lugar na cidade, onde esses jovens sejam potentes e sujeitos criadores.

Viração é uma organização da sociedade civil que atua com comunicação, educação e mobilização social entre adolescentes, jovens e educadores, compreendidos como sujeitos de direitos, considerando suas potencialidades e vulnerabilidades específicas, levando em conta suas diversidades culturais, sociais, étnicas e raciais.

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