O país que no ano passado teve 60 mil mortes por assassinato, chamando a atenção do mundo para a violência em tempo de paz (?!), se superou ao chegar a quase 62 mil mortos em três meses de pandemia do novo coronavírus. Enquanto o mundo desenvolvido do outro lado do Atlântico comemora o recuo da pandemia, do lado de cá o governo parece se orgulhar das marcas absurdas da morte e do sofrimento do seu povo.
Foram 1.277 novas mortes pela Covid-19 e 47.984 casos nesta quinta, 2. Com isso, o país chega a 61.990 óbitos pela doença e 1.501.353 casos. Os dados são do consórcio de mídia criado para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus, depois que o governo federal passou a manipular metologias de apuração, com a ocupação do Ministério da Saúde pelos militares. As informações aqui divulgadas são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais. O balanço é fechado diariamente às 20 horas.
Os números no Brasil alarmam autoridades mundiais do combate à pandemia, instituições responsáveis pela coleta e compilação dos dados, universidades e centros de estudos internacionais cujos levantamentos apontam o país como o grande perigo na América Latina e, por via de consequência, no mundo.
Neste prisma é onde se destaca o presidente Jair Bolsonaro, total ignorante da pandemia e de suas implicações na vida e na saúde do país, quando defende, por exemplo, a reabertura total do comércio e das atividades sob a alegação dos prejuízos econômicos que advêm de uma contaminação prolongada. A questão é saber quão prolongada será a contaminação para o Brasil atingir os 120 ou 150 mil mortos projetados por organismos internacionais. E o mais triste é ver tanta gente batendo palmas pra maluco dançar sem máscara na praça.