Uma novidade chama a atenção dos 460 alunos da Escola Municipal Dorcelina Gomes da Costa, no Pechincha, em Jacarepaguá: o Viveiro Literário. O objetivo da direção da unidade é chamar a atenção dos estudantes para a importância da leitura.
E a tática está dando certo. No meio do pátio foi instalado um grande viveiro. No lugar de pássaros, poemas, poesias, trechos de livros de autores diversos como Roseana Murray, Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina, Mario Quintana, Manoel de Barros, Marina Colasanti, Pedro Bandeira, Vinicius de Moraes, Ruth Rocha, Sérgio Capparelli, Cecília Meireles, entre outros. Todos enrolados, como se fossem pergaminhos, atados com fitas coloridas.
Os alunos, curiosos, logo começaram a participar da brincadeira: para “libertar o texto” do viveiro, os alunos precisam escolher entre quatro opções — ler o texto para um amigo da sala de aula; ler o texto em voz alta para quem estiver no pátio; ilustrar o texto; ou gravar um vídeo lendo o texto. Através de incentivos lúdicos, o pátio se transformou em um espaço de leitura prazerosa.
— Eles adoraram. Estão lendo na escola e em casa. Estamos formando leitores através de atividades divertidas e desafiadoras. Colocamos o viveiro no pátio. Os olhinhos curiosos vieram ver o que era. Mostramos os textos que precisam de voz para terem liberdade. Os alunos gostaram do desafio. A sala de leitura é o coração da escola, onde estão os tesouros da literatura. Nossa escola possui uma sala de leitura com um acervo maravilhoso. E dos projetos da sala de leitura surgiu o Viveiro Literário, conta a diretora Veronica Lima de Freitas.
Início durante a pandemia
A atividade nasceu da observação do comportamento dos alunos no projeto Sala de Leitura em Movimento, criado em 14 de abril para empréstimos de livros enquanto a escola ainda funcionava no atendimento remoto, para que os alunos pudessem ler em casa com as famílias. Após a leitura os alunos eram estimulados a enviar um vídeo ou um texto contando como foi a leitura. Quando a escola, aprovada pelo protocolo sanitário, retornou para o ensino presencial, o Sala de Leitura em Movimento foi mantido, mas a direção decidiu também criar um espaço no pátio. O pátio foi organizado de forma que os alunos se sentassem sem aglomeração e tivessem um momento prazeroso de leitura. Daí nasceu o Viveiro literário!
— Observamos que os alunos gostavam muito dos livros de poesia, conforme as devolutivas do projeto Sala de Leitura em Movimento. Assim, inauguramos o viveiro com poesias. Poesias de autores brasileiros. Toda a escola participa. O viveiro é uma instalação permanente. A participação se dá na leitura e na audição dos textos. Eles gostam mais de ler. Nós, da equipe gestora com a parceria dos professores de língua portuguesa, reabastecemos o viveiro com centenas de rolinhos de poesia. Mas a ideia é ir trocando os textos com gêneros e temas variados.
Lendas, parlendas, músicas, contos, etc. Após o recesso escolar desse meio de ano, apresentaremos textos voltados para a literatura indígena como desdobramento do projeto interdisciplinar que tem como tema o livro paradidático “O barqueiro e o canoeiro”, de Fernando Vilela. Em seguida, faremos o projeto voltado para literatura africana — acrescenta a diretora Veronica.
Como já disse o mestre Paulo Freire, “Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha”.
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