Presidente do Brasil quer festejar 31 de Março de 1964. É assustador querer relembrar uma época onde muitas pessoas foram torturadas e mortas por militares.
Um momento da história marcado por um Golpe tirando do poder o Presidente João Goulart que tinha assumido a presidência após a renúncia de Jânio Quadros. Após assumir o comando as forças armadas implementaram o regime ditatorial de tal forma que restringiu o direito a voto, e qualquer manifestação a oposição era correspondida com violência.
A parte beneficiada dessa história foi a elite, com crescimento acelerado na economia, que tirou a chance de quaisquer benefícios para os mais pobres (a classe trabalhadora).
Eleições indiretas para governadores e a suspensão de direitos políticos dos brasileiros era só a ponta do iceberg, pois o povo tentou se organizar e a resposta foi ainda pior com o governo militar radicalizando em medidas repressivas utilizando de força bruta para combater a oposição. Não podemos deixar de citar aqui o assassinato do jornalista Vladimir Herzog.
Vale ressaltar o conflito interno nas forças armadas que se decorreu a partir das diferenças de opiniões com relação a conduta do Estado brasileiro, esse conflito esteve presente desde a tomada do poder pelos militares.
O último general presidente João figueiredo deu continuidade ao projeto do governo anterior o de regime militar. Adiantou a questão da liberação política e aprovou a Anistia, que de certa forma permitiu os retornos de políticos exilados concedendo o perdão para aqueles que tinham cometidos crimes contra a nação.
Irônico não? Liberar os exilados e perdoar os criminosos e torturadores.
É necessário ler, e voltar ao passado para entender de forma completa o que realmente foi a ditadura, pois é uma leitura que precisa de muita dedicação pois os fatos não são poucos.
Dando um salto temporal chegamos à 2019, e temos o Presidente determinando ao Ministério da Defesa que sejam feitas comemorações em unidades militares no dia 31 de março, data que marca o início da ditadura em 1964.
A ideia é perturbadora que nem a ala militar mais reservada das Forças Armadas concorda com tal decisão pois de certa forma estará abrindo uma ferida nacional.
Com tantos problemas para serem resolvidos no país a nova preocupação do então presidente é comemorar um período de dor e sofrimento, momento que deixou marcas na história brasileira que pode ser lida em vários países do mundo.
Depois de 55 anos, o tema da festa é a ditadura uma das piores épocas do Brasil.
Será que ao menos teremos o direito de escolher a fantasia?