Semana passada, o mundo do telejornalismo nacional tremeu com a divulgação de um vídeo em que o jornalista e âncora de um dos telejornais da Globo William Waack aparece proferindo comentários racistas e ofensivos contra um homem que buzinava perto da Casa Branca. Irritado com o barulho de alguém que protestava contra a vitória do recém eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu palavrões e sussurrou para o entrevistado que o acompanhava: “É preto. É coisa de preto”. Ele riu, o entrevistado também e iniciaram a entrevista.
Depois da repercussão negativa do vídeo, a Globo se viu obrigada a suspendê-lo por tempo indeterminado até que o fato fosse “esclarecido” – palavra bem sintomática essa… Pronto! Foi o suficiente para que racistas saíssem do armário, em defesa do jornalista global. Figuras simpáticas e queridas do nosso Brasil varonil estão com a faca nos dentes e botam a culpa no politicamente correto, defendendo vergonhosamente o seu aliado branco e racista.
Rachel Sherazade, do SBT, aquela que exaltava o ex-deputado e hoje presidiário Eduardo Cunha, foi uma das primeiras. Logo depois, o esquizofrênico apoiador do golpe contra a democracia “jornalista” Reinaldo Azevedo também o defendeu. Juntaram-se a eles o filósofo Demétrio Vignolli, que disse que o pobre William Waack está sofrendo “linchamento virtual” (coitadinho!), o pastor homofóbico Silas Malafaia, que disse que foi apenas uma brincadeira de “mal gosto”, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que o absolveu alegando que “todo mundo pode errar”.
Nota-se que, nesses momentos, quando um racista é desmascarado, a solidariedade branca e rica os defende numa rede vergonhosa.
Ainda perguntam por que temos que ter um Mês da Consciência Negra… Racistas não passarão!