A semana começou tensa. Em São Paulo – a Paulicéia Doriana, a Locomotiva Medieval do Retrocesso -, um bando de reaças desvairados (reaças são os novos Gremlins? Eu me pergunto…) queimavam simbolicamente umx bonecx da filósofa Judith Butler.
Agoniado, abri imediatamente o Word para escrever o épico obscurantista “Os últimos dias do Sesc Pompeia”.
Mas ontem, veio aquele pequeno alívio, aquela nanoalegria de ver um âncora atirando-se ao mar, sem corrente, para lá permanecer e desafiar os arqueólogos do futuro. William Waack foi afastado do Jornal da Globo após a viralização de um vídeo em que faz comentários racistas.
É golpista. É coisa de golpista.
Waack foi uma espécie de vampiro getulista involuntário: se matou com uma estaca que ele próprio cravou no peito.
William Waack is the new Kevin Spacey.
Butler ilesa. Waack queimado. Há esperança.
E como fiquei intensamente mexido, fui ouvir a rainha da intensidade Elis Regina:
“Waack Waack Waack
Quem riu?!
Waack Waack Waack
Fui eu!”
Pensei que o destino é um mandrake: não teve #foratemer! Mas teve ForaWaack!
Ali Kamel já planeja publicar a continuação do seu best-seller: “Somos, sim”.
A lição que fica é clara: Todo William Waack tem um quê de Bolsonaro – o apresentador do Jornal da Nojo.
Um conhecido imaginário que trabalha na Central de Jornalismo da Ku Klux Kamel me contou ter ouvido o seguinte diálogo.
– Não somos racistas!
– Somos, sim…
– Onde?!
– Aqui, Kamel…
Outro conhecido imaginário que trabalha na portaria da Vênus Bolsonada narrou que uma pequena multidão apareceu diante da emissora e cantou com força:
– Não acabou!
Tem que acabar!
Eu quero o fim
Desses Telejornarrr!
Eu mesmo ouvi dois bêbados conversando na Lapa:
– Maaaaa… uuuu ke tuuuu achou?
– Aaaahhh… mais ummm santu du pau waack
Agora tá 7×2, minha gente! Vamos suar a camisa e virar esse jogo!
Todo golpista será castigado! Todo racista será golpeado!