A Cia Livre de Dança, da Rocinha, realiza nos dias 25 e 26 de setembro o WDC Solidário, edição beneficente do seu já tradicional festival de danças urbanas. Nos dois dias, o evento apresenta, no Complexo Esportivo da comunidade, uma série de workshops de dança com renomados coreógrafos que trabalham com estrelas da música pop e do funk como Anitta, Ludmilla, Iza, Lexa, Valesca Popozuda, Lellê e MC Rebecca. Nascida e criada na Rocinha, a professora Ana Lúcia Silva está à frente do festival WDC e da Cia Livre de Dança – escola e Ponto de Cultura que criou na comunidade em 1999.
O passaporte para os dois dias custa R$ 100, além da doação de um brinquedo novo e de um quilo de alimento não perecível, que serão entregues para famílias em situação de vulnerabilidade social da Rocinha pelas mãos de bailarina Arielle Macedo (coreógrafa de Anitta e madrinha do WDC) e da professora Ana Lúcia Silva para a ocasião do Dia das Crianças. Devido às medidas de prevenção ao novo coronavírus, a lotação do Complexo Esportivo da Rocinha está limitada a 80 participantes (menos de 5% da capacidade total do local).
“O festival tem como objetivo difundir a cultura urbana por meio da troca e do conhecimento para inspirar cada vez mais os jovens talentos da dança”, conta Ana Lúcia, sem deixar de enfatizar o compromisso social do WDC e da Cia Livre de Dança têm em incentivar e fomentar a profissionalização de dançarinos, além de investir em ações sociais na comunidade da Rocinha, com aulas regulares durante todo o ano, workshops, eventos e colônias de férias.
Workshops
Os workshops do WDC Solidário têm a intenção de contribuir na capacitação e no aperfeiçoamento dos dançarinos, levando em conta a relação étnica, cultural e artística do profissional. Os convidados que vão lecionar os workshops são expoentes das danças urbanas no Rio de Janeiro.
Entre os coreógrafos confirmados estão: Edson Damazzo (jazz funk), coreógrafo das cantoras Ludmilla e Lexa; Tati Nazário (danças urbanas), coreógrafa da cantora Iza; Lucas Oliveira (jazz funk), dançarino da cantora Anitta; Jéssica Suhett (heels dance), coreógrafa da MC Rebecca e da cantora Valesca Popozuda; Tago Oli (jazz funk), coreógrafo que tem em seu currículo trabalhos com MV Bill, Lellê e Lorena Simpson; Mickael Ramos (jazz funk), que já trabalhou com Ludmilla, Funtastic, Daya Luz e Karol K; PH Martins (jazz funk), que já dividiu os palcos com Pabllo Vittar, Ivete Sangalo, Ludmilla, Lexa e Valesca Popozuda; Laissy Tavares (hip hop), que trabalhou com estrelas como Pocah, Malía, Kevin o Chris e Maite Perroni (ex-RBD); e Rafa Custódio (R&B e hip hop), que faz parte do corpo de balé das cantoras Lellê e Maria.
Ana Lúcia Silva e Cia Livre de Dança
Nascida e criada na Rocinha, Ana Lúcia Silva está à frente da Cia Livre de Dança, escola e Ponto de Cultura que criou na comunidade em 1999. Coreógrafa e professora de dança, Ana Lúcia desenvolve uma série de produtos sociais com o objetivo de lecionar danças para crianças e jovens da comunidade.
Graduada em Licenciatura Plena em Dança e em Jornalismo pela Universidade Cândido Mendes, e pós-graduanda em Psicomotricidade Clínica e Relacional. Valorizando suas origens, tem orgulho de ter representado a Rocinha em eventos nacionais e internacionais, como também ter sua biografia apresentada em uma exposição para mulheres negras nos Estados Unidos.
Ana Lúcia se dedica à pesquisa sobre dança afro-brasileira há mais de 10 anos e, em 2021, passou a integrar o corpo docente da Faculdade Técnica de Dança Faetec, lecionando Dança Folclórica. Tanta dedicação à dança afro-brasileira rendeu frutos. Em 2016, foi contemplada com o prêmio “Territórios Culturais” pelo espetáculo “Brasileirices”, que estreou no Quilombo Fazenda Machadinha, em Quissamã, no Norte Fluminense. Seu trabalho afro-brasileiro é baseado na Escola de Mercedes Baptista, que foi a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e que sistematizou a dança negra por meio da técnica, valorizando tanto a dança da senzala quanto a parte acadêmica.
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