Na última segunda-feira, 19 de agosto, o Rio de Janeiro amanheceu sob tensão, pois um jovem entrou num ônibus e na altura da ponte Rio-Niterói declarou que havia sequestrado tal transporte. O que se aparentava é que estava portando uma arma de fogo e de outros apetrechos que também poderiam colocar em risco a vida dos demais passageiros e passageiras.
No município do Rio de Janeiro não é a primeira vez que isso ocorreu, houve outros episódios, e o desfecho foi o mesmo: o suposto sequestrador foi assassinado pelas forças armadas que deveriam garantir a segurança pública. Porém, nessa situação última, teve um requinte de crueldade: o governador solicita a presença de snipers (atiradores treinados para matar) e dá autonomia para a ação.
Resultado: um tiro de fuzil no garoto, que em consequência morre, porquê fuzil não é para imobilizar e sim para matar, e a pior desumanidade: o governador comemora o assassinato do jovem como se tivesse ganhando uma competição. E mais, muitos brasileiros e brasileiras saem em apoio a esse ser humano intragável.
Importante sinalizar que não defendo nenhum tipo de violência, inclusive não apoio a ação do garoto em sequestrar um ônibus, porém, a polícia militar não deve matar e sim proteger, no entanto, se for uma pessoa negra, sempre terá o destino que vem desde a escravidão: dilaceramento do corpo e morte. A incompetência da política militar e do governador fica evidente quando descobrem que a arma era de plástico Mais uma vida ceifada.
Dias depois o tal governador tem circulado a cidade fazendo orações para se dizer cristão. Agora quero saber: que Deus é esse que apoia o assassinato de pessoas? A hipocrisia é tamanha ao ponto de ficar se escondendo atrás de Deus. Sim, existe um Deus, mas matar nunca foi abençoado por nenhuma religião. São hipócritas o governador e os cristãos que apoiam a morte.