Notícias da capital dão conta de que o algoz do ex-presidente da república, ministro Alexandre de Morais, estará empenhado em torná-lo inelegível nos pleitos futuros. Mas na realidade parece-me que a cruzada santa já começou tal o volume de acusações que pesam nos ombros de Jair Messias Bolsonaro, outrora conhecido como “Mito” nos redutos e bolsões da direita brasileira que se espraiam das favelas aos grandes produtores agropecuários e proxenetas e rufiões da roda financeira nacional.
Com mais de 30 ações em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral, advogados do Partido Liberal (onde ainda se homizia o ex-presidente) consideram bem plausível a hipótese da sua prisão, a depender do andamento dos processos e da movimentação das peças com parte neles. Talvez Bolsonaro imagine-se protegido por alguma entidade superior ou super-herói americano, mas Xandão, a expressão-mor do maquiavelismo jurídico brasileiro, está atento mesmo à inação do futuro réu e autorizou a quebra do sigilo telefônico de oito bolsonaristas de proa.
Quem acompanha as aventuras e desventuras do bolsonarismo nos últimos quatro anos sabe do que é capaz essa gente ignorante e impune. Desde o desaparecimento súbito de Gustavo Bebiano, primeiro Secretário-Geral da presidência e logo primeiro desafeto público do clã Bolsonaro no governo. Em conversa por WhatsApp quando estava internado, o presidente desautorizou eu Secretário-Geral e posteriormente negou ter mantido contato com ele, versão confirmada por Eduardo 02.
Gustavo tinha a troca de mensagens guardada no histórico do seu telefone e a expôs de público para atingir o filho deputado. No dia 14 de março de 2020, ele caiu morto no banheiro de sua casa em Teresópolis, no Rio de Janeiro, vitima de enfarte fulminante. Tinha diversos celulares, inclusive em Nova York, nunca encontrados e aos quais bolsonaristas atribuíam o condão de acabar com o presidente pelo que continham. “Se ele abrir a boca eu estou f…”, chegou a se lamentar A morte de Bebiano soou estranha e fez lembrar declarações do então candidato o Exército lhe ensinara a matar.
Trouxe à memória também um assalto que Bolsonaro sofreu em 1995, ao passar de moto por Vila Isabel, a terra de Noel, no qual levaram o veículo, dinheiro e a arma poderosa que tinha à cintura. O então deputado se queixou ao chefe da polícia carioca e em poucos dias foi tudo recuperado e preso o chefe dos assaltantes na delegacia do bairro. Infelizmente enforcou-se na cela com uma pequena corda onde foi dado um nó específico que a viúva do bandido disse à polícia ser totalmente desconhecido do marido e que, ademais, ele não se mataria por nenhum meio. Perguntado, o deputado federal Jair Bolsonaro alegou que não sabia de nada e que “se aconteceu, não tive nada a ver com isso”.
Já presidente da república, o capetão posou para a foto com um enorme cartão de CPF com o carimbo de “cancelado”, cercado de amigos, todos rindo com gosto do contribuinte morto. Em uma entrevista bizarra, referiu-se a “ponta da praia”, destino de presos políticos levados à execução por militares. Uma e outra vez disse que o mal da ditadura foi não ter matado os presos políticos, em vez de soltá-los. Mas a gente se lembra bem é do voto declarado pelo impeachment de Dilma, dedicado à memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o grande torturador.
Este é o Jair Bolsonaro que hoje treme nas pernas antevendo investigações e punições que o aguardam nas próximas páginas da história. E com ele, seus parceiros Fabrício Queiroz, Ronnie Lessa e outros mais próximos, sangue do seu sangue, como o vereador Carlos Bolsonaro, que bateu boca violentamente num corredor da Câmara municipal com Marielle Franco, logo mais executada com os requintes de milicianos, executores de ladrões, traficantes de armas e outros cuja companhia é do seu agrado.
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